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    "Aventura não-recomendável" é ter uma pessoa como Bolsonaro na presidência, afirmam Judeus pela Democracia

    Coletivo de judeus progressistas repudiou a declaração de Jair Bolsonaro sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips

    Bolsonaro e Bruno Pereira (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Funai | Reprodução/Twitter)

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    247 - O coletivo Judeus pela Democracia rebateu a declaração de Jair Bolsonaro sobre o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Philips, correspondente do The Guardian, no Vale do Javari, no Amazonas. 

    " 'Aventura não-recomendável' é ter uma pessoa como bolsonaro na presidência", escreveu o coletivo sobre a declaração de Bolsonaro durante entrevista ao SBT. 

    Confira:


    Leia também matéria da Rede Brasil Atual sobre o assunto:

    Há mais de 48 horas o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips desapareceram na Amazônia. Eles vinham recebendo ameaças em razão do trabalho que ali executavam. A viagem tinha como objetivo denunciar a invasão de terras indígenas por garimpeiros e madeireiros. Desde então, silêncio do governo federal. O presidente, Jair Bolsonaro, defende e atua em benefício de garimpeiros ilegais. Também há suspeitas de envolvimento de narcotraficantes do caso. Enquanto isso, a família de Bruno apela às autoridades para que as buscas se intensifiquem. Por outro lado, a comunidade internacional de jornalistas se organiza para denunciar as violações na região.

    A renomada organização norte-americana de imprensa Pulitzer Center publicou um edital a partir do projeto Rainforest Journalism Found. Trata-se de um chamado de emergência para que jornalistas acompanhem as buscas pelos desaparecidos. Também caberá aos profissionais a denúncia das violações na região do Vale do Javari, local em que Phillips e Araújo percorriam. “Precisamos dar uma resposta forte ao que está acontecendo em toda a Amazônia e particularmente no Vale do Javari. E a melhor resposta no campo do jornalismo é reportagem. Lugar de jornalista é na floresta”, informa a organização.

    Os projetos devem ser enviados até a meia-noite de amanhã (8) no site da entidade. A Pulitzer Center informa que as inscrições serão avaliadas no mesmo dia e que os selecionados deverão viajar imediatamente ao local, tendo em vista a urgência da pauta.

    Suspeitas na Amazônia

    De acordo com informações dos jornalistas Elaíze Farias e Eduardo Nunomura, do portal Amazônia Real, é grande a possibilidade de os desaparecidos terem sido vítimas de uma emboscada, segundo uma fonte indígena que preferiu manter o anonimato, já que também é vítima de ameaças. Um grupo de pelo menos 13 vigilantes indígenas estão em busca de Araújo e Phillips. . “Tínhamos esperança de encontrar eles, da (localidade da emboscada) Cachoeira para baixo, amarrados, que tivesse alguma pista, algum ‘pisado’ na beira do rio, para a gente ir rastejando. Mas não achamos nada (…) Se foi aquele pessoal, aqueles pescadores daquela região, não é a primeira vez que fizeram isso.”

    De acordo com o apurado pela reportagem, existem grupos ribeirinhos que trabalham para criminosos na região do Vale do Javari. “São quatro cabeças, se não me engano, e todos trabalham com narcotraficantes. Eles pescam para alimentar o narcotráfico. São muito perigosos. Eles foram apreendidos com muito tracajá, pirarucu, que tiraram da área indígena”, informa a fonte do Amazônia Real.

    Cada segundo conta

    A companheira de Araújo, Beatriz de Almeida Matos, e os irmãos do desaparecido, Max da Cunha Araújo Pereira e Felipe da Cunha Araújo Pereira, divulgaram nota à imprensa sobre o caso. “Durante todo o dia de ontem, tivemos poucas informações sobre a localização deles, o que tem aumentado este sentimento. Mas também temos muita esperança de que tenha sido algum acidente com o barco e que eles estejam à espera de socorro”, afirmam.

    Os familiares apelam para que as autoridades aumentem os esforços, visto que cada segundo conta. “Apelamos às autoridades locais, estaduais e nacionais que deem prioridade e urgência na busca pelos desaparecidos. Compreendemos que Bruno possui vasta experiência e conhecimento da região, porém, o tempo é fator chave em operações de resgate, principalmente se estiverem feridos”.

    Eles também pedem apoio à segurança das equipes de indígenas que ajudam nas buscas. “A segurança dos indígenas e equipes de busca também precisa ser garantida. Bruno é um dedicado servidor público federal pela FUNAI e muito apaixonado e comprometido com seu trabalho. Pedimos às autoridades rapidez, seriedade e todos os recursos possíveis para essa busca. Cada minuto conta, cada trecho de rio e de mata ainda não percorrido pode ser aquele em que eles aguardam por resgate”, completam.

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