Bolsonaro acusa Witzel de vazar informações sobre assassinato de Marielle
Na transmissão ao vivo em sua página no Facebook na noite da terça-feira, Bolsonaro ataca o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e o acusa de vazar detalhes sobre a investigação para prejudicá-lo antes das eleições de 2022, enfatizando que é alvo de "patifaria".
247 - Reportagem do jornal O Globo desta quarta-feira (30) destaca que Jair Bolsonaro acusa o governador do Rio de Janeiro de ter vazado para a TV Globo dados as investigações do assassinato de Marielle Franco.
Bolsonaro questionou como a TV Globo teria obtido as informações e sugeriu que o porteiro pode ter sido induzido a depor para prejudicar a família Bolsonaro. "Esse processo está em segredo de justiça. Como chega na Globo? Quem vazou para a Globo? Segundo a (revista) Veja, quem vazou foi o seu governador Witzel. Ele que explique. O que cheira isso aqui? O que parece? Que ou o porteiro mentiu ou induziram o porteiro a produzir falso testemunho. Ou escreveram algo no inquérito que ele não leu e assinou embaixo em confiança ao delegado ou a aquele que foi ouvi-lo na portaria" - acusou Bolsonaro.
O ocupante do Palácio do Planalto afirmou que Witzel só foi eleito porque "colou" no senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) durante as eleições do ano passado. Depois disso, de acordo com o ele, o governador teria se afastado de Flávio porque pretende ser candidato à Presidência em 2022.
"O senhor (Witzel) se afastou porque quer concorrer à Presidência em 2022. O desejo é legítimo. Mas para isso o senhor precisa acabar com a família Bolsonaro - afirmou, em mensagem direta ao governador.
Wilson Witzel divulgou nota em resposta às acusações de Bolsonaro:
"Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil. Em meu governo, as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas nossas ações. Não transitamos no terreno da ilegalidade, não compactuo com vazamentos à imprensa. Não farei como fizeram comigo, prejulgar e condenar sem provas. Hoje, fui atacado injustamente. Ainda assim, defenderei, como fiz durante os anos em que exerci a Magistratura, o equilíbrio e o bom senso nas relações pessoais e institucionais. Fui eleito sob a bandeira da ética, da moralidade e do combate à corrupção. E deste caminho não me afastarei." Bolsonaro afirmou também que está disposto a conversar com o delegado que comanda o caso na Polícia Civil do Rio para colocar "em pratos limpos" aquilo que "está acontecendo". "Gostaria muito de conversar com esse delegado sobre esse assunto. Para colocar em pratos limpos o que está acontecendo com o meu nome. Por que querem me destruir?" - questionou.
Bolsonaro considera que a investigação do caso Marielle estaria "bichada" e opina que a Polícia Civil deveria continuar apurando o assassinato, mas sob supervisão de outro órgão, aludindo à Polícia Federal
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