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    Bolsonaro está fazendo dois exames cardíacos por dia, com medo dos efeitos da cloroquina

    Para a opinião pública, Jair Bolsonaro tornou-se garoto propaganda da hidroxicloroquina como solução contra a Covid-19. Mas, com medo de efeitos colaterais, está fazendo eletrocardiograma duas vezes ao dia. A cloroquina, além de não ter eficácia comprovada contra a doença, tem risco de causar arritmia e já levou à morte muitos dos que usaram o medicamento

    Jair Bolsonaro e cloroquina (Foto: REUTERS/Adriano Machado | REUTERS/Diego Vara)

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    247 - Após dizer que está infectado pelo coronavírus, Jair Bolsonaro tem feito exames de eletrocardiograma duas vezes ao dia para monitorar possíveis efeitos colaterais da hidroxicloroquina. O remédio não tem comprovação científica e a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia suspendido seus testes após estudos apontarem o risco de arritmia.

    A quantidade de exames cardíacos realizados por Bolsonaro é superior ao recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para pacientes que usam a cloroquina como tratamento para a Covid-19. A entidade pede que sejam feitos exames no primeiro, terceiro e quinto dias do tratamento com o remédio.

    Bolsonaro disse ter começado a fazer uso de hidroxicloquina com azitromicina. Segundo o jornal O Globo, médicos informaram que ele fará uso dos dois medicamentos por apenas cinco dias. Após esse período, os dois remédios serão suspensos.

    Quatro funcionários que trabalham no Palácio do Planalto também estão com suspeitas de coronavírus. Dois tiveram febre, sendo um deles a secretária que cuida da agenda de Bolsonaro.

    Depois de violar recomendações de autoridades de saúde ao estimular aglomerações, Bolsonaro disse na terça-feira (7) que está contaminado pela Covid-19 e voltou subestimar a doença. Em coletiva de imprensa, ele disse que os mais jovens não precisam entrar em "pânico" com a Covid-19.

    No mês passado, Bolsonaro ele disse que "talvez tenha havido um pouco de exagero" na maneira como a pandemia foi tratada. Também chegou a classificá-la como uma "gripezinha", em março, e perguntou "e daí?" ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela doença, em abril.

    De acordo com a plataforma Worldometers, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking global de confirmações (1,7 milhão) e mortes (68 mil) provocadas pela doença. O País só perde para os Estados Unidos, com 3,1 milhões de casos e 134 mil óbitos. 

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