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Bolsonaro deu cargo em Paris para chefe da Receita que tentou liberar sua propina

Julio Cesar Vieira Gomes tentou liberar as joias retidas no Aeroporto de Guarulhos e recebeu em troca a nomeação de adido da Receita em Paris, que foi cancelada por Haddad

Julio Cesar Vieira Gomes e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Reprodução/Twitter | Reuters/Joe Skipper)

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247 - Jair Bolsonaro (PL) indicou para um cargo em Paris, capital da França, Julio Cesar Vieira Gomes, ex-chefe da Receita Federal que fez uma investida para tentar liberar as joias enviadas como suposto "presente" do governo da Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os diamantes foram retidos pela alfândega no Aeroporto de Guarulhos.

Vieira Gomes foi nomeado adido da Receita Federal em Paris em 30 de dezembro de 2022, no dia seguinte à ida de um auxiliar de Bolsonaro ao aeroporto para recuperar as joias, detalha Andréia Sadi, do g1

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Quem assinou a nomeação foi o então vice-presidente, Hamilton Mourão, que exercia naquele dia a Presidência da República, já que Bolonaro havia viajado aos Estados Unids para não participar da cerimônia de posse do presidente Lula (PT). "O posto foi criado em 26 de dezembro e o despacho foi publicado em seção extra do Diário Oficial da União no dia 30 de dezembro", diz a reportagem. O ministro da Fazenda do governo Lula (PT), Fernando Haddad, cancelou a nomeação de Vieira.

Foi só depois de uma conversa de Vieira Gomes com Bolsonaro que o ajudante de ordens do ex-ocupante do Palácio do Planalto Mauro Cid enviou um ofício à Receita Federal informando que o sargento da Marinha "Jairo" iria ao Aeroporto de Guarulhos. Foi a última tentativa de reaver as joias.

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Mourão também nomeou como adido da Receita Federal nos Emirados Árabes Unidos "um outro auditor-fiscal suspeito de agir em favor dos interesses de Bolsonaro: José de Assis Ferraz Neto, então subsecretário-geral da Receita que teria pressionado o corregedor do órgão a não investigar a quebra de sigilo fiscal de desafetos da família do ex-presidente da República".

As adidâncias são vistas como um plano de "exílio" para a cúpula da Receita, que teme investigações por eventuais irregularidades cometidas junto ao governo Bolsonaro.

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