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Bolsonaro usa estética da campanha eleitoral no cartão do auxílio emergencial

A legislação veda a criação ou alteração substancial do escopo de programas sociais em ano de eleições. Mas, neste ano, o Auxílio Brasil escapa à regra

Auxílio emergencial - Caixa Econômica (Foto: Fenae)

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247-  O pintor desempregado Aurino Vieira ficou surpreso quando o carteiro bateu na porta de sua casa, no Capão Redondo, periferia de São Paulo. "Ele falou que tinha chegado dinheiro para mim. Até assustei", disse. Dentro de um envelope, havia um cartão de débito, estampado com a bandeira nacional e o logo do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda do governo de Jair Bolsonaro (PL). Era 17 de agosto, segundo dia da campanha eleitoral de 2022. A reportagem é do portal UOL.

A entrega faz parte da primeira leva de cartões do Auxílio Brasil. Lançado em novembro de 2021 para substituir o Bolsa Família, o programa não tinha cartão próprio —o acesso ao benefício se dava via app, direto na Caixa Econômica Federal ou usando cartões da época do Bolsa Família.

Com o novo cartão, é possível sacar dinheiro nos caixas eletrônicos e até fazer compras no débito —novidades em relação ao do Bolsa Família.

A legislação veda a criação ou alteração substancial do escopo de programas sociais em ano de eleições. Mas, neste ano, o Auxílio Brasil escapa à regra. Em julho, o Congresso Nacional aprovou um "estado de emergência" devido à alta dos combustíveis e autorizou uma série de novos programas sociais. Entre eles, o auxílio caminhoneiro e a expansão do auxílio gás e do próprio Auxílio Brasil.

Apelidada de PEC Eleitoral, a medida deu um drible na legislação eleitoral e permitiu que o Auxílio Brasil mudasse de cara. Além do envio inédito dos cartões, o valor mínimo do benefício subiu de R$ 400 para R$ 600 mensais, de agosto a dezembro. Já o número de famílias atendidas bateu o recorde de 20,2 milhões —eram 14,5 milhões no lançamento do programa.

O pacote de auxílios —que, segundo estrategistas de campanha, tem potencial para alavancar a adesão a Bolsonaro junto à fatia mais pobre do eleitorado— foi aprovado com o apoio da oposição, inclusive do PT, principal adversário do presidente na eleição.

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