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"Brasil deve indenização a Lula", diz Eugênio Aragão

"É plenamente legítimo, mesmo sendo presidente da República, pedir indenização. O País lhe deve", afirmou o jurista à TV 247. Assista

Eugênio Aragão (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

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247 - Ministro da Justiça no governo Dilma Rousseff e ex-vice-procurador-geral eleitoral do Brasil, o jurista Eugênio Aragão disse nesta quarta-feira (6) em entrevista à TV 247 que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria receber uma indenização por ter ficado 580 dias preso em Curitiba (PR) - foi detido em 7 de abril de 2018 e deixa a prisão em 8 de novembro do ano seguinte.  

A declaração vem na esteira da decisão do ministro do STF Dias Toffoli de anular todas as provas obtidas por meio do acordo de leniência da construtora Odebrecht e dos sistemas Drousys e My Web Day B. O magistrado afirmou que a prisão do presidente Lula em 2018 foi uma "armação".

"Não tenho dúvida de que muitos dos problemas de saúde que o presidente Lula pode estar padecendo hoje têm a ver com os 580 dias confinados. Afinal de contas ele fazia esteira sem nenhum tipo de personal trainer. A pessoa então passa a sentir dor nas cadeiras. É plenamente legítimo, mesmo sendo presidente da República, pedir indenização. O País lhe deve", afirmou Aragão.

"A articulação para prejudicar o Lula era forte demais. Teve muita demora, inclusive ministro falando que ele não deveria ter prioridade em nada. Isso ajudou que o golpe engendrado na primeira instância tivesse efeitos muito amplos", acrescentou o jurista. 

Atual senador pelo União Brasil-PR, Sergio Moro, ex-juiz suspeito da Operação Lava Jato, tirou o atual presidente da República da campanha eleitoral de 2018 ao condená-lo injustamente e determinar a prisão dele. Em 2019, o atual parlamentar aceitou ser ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL), principal rival de Lula. Em 2021, o STF declarou a suspeição de Moro nos processos contra o petista. Em junho de 2022, o ex-juiz foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e, por consequência, decidiu ser candidato no Paraná. 

Foi a partir de 2019 que as ilegalidades de Moro ganharam mais repercussão nacional. Naquele ano foram publicadas na imprensa conversas dele, enquanto juiz da Lava Jato, com procuradores do Ministério Público Federal (MPF-PR). De acordo com os diálogos, o então magistrado interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas por promotores. 

Em 2023, novas denúncias de ilegalidades cometidas por Moro ganharam repercussão na imprensa nacional e nas mídias sociais. Em entrevista ao 247 de 2 de junho, o empresário Tony Garcia disse ter sido instruído na Lava Jato a dar uma entrevista à Veja e fornecer à revista informações que pudessem comprometer a carreira do ex-ministro José Dirceu (PT). O delator afirmou que, a mando de Sergio Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. Garcia afirmou que Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira". Assista à entrevista de Aragão na TV 247: 

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