CPMI quer ouvir ao menos 45 militares sobre os atos terroristas do 8 de janeiro

247 - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instaurada para investigar os atos golpistas que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, em Brasília, pretende ouvir ao menos 45 militares que integraram os altos escalões dos governos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim como policiais envolvidos nos atos de vandalismo. 

Segundo o jornal O Globo, entre os presentes na lista de requerimentos para convocação estão os generais Braga Netto, Augusto Heleno e o tenente-coronel Mauro Cid. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso pela Polícia Federal pela suspeita de ter sido o responsável pela adulteração de dados do cartão de vacinação do ex-mandatário e seus familiares, além de aliados próximos. 

>>> CPMI dos atos golpistas recebeu 48 pedidos de quebras de sigilo em apenas 48 horas 

O ex-major Ailton Barros, outro aliado de Bolsonaro, que foi preso pela suspeita de envolvimento no esquema fraudulento, é outro foco de interesse da CPMI. Além deles, encontram-se na lista nomes como o do general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Júlio César Arruda, ex-comandante do Exército; general Marcos Amaro, atual titular do GSI; e o general Gustavo Henrique Dutra, ex-chefe do Comando Militar do Planalto.

A CPMI recebeu um total de 396 requerimentos até as 21h da sexta-feira (26). Desses, 244 foram para convocação de depoentes e quatro convites também foram feitos. Outros 82 requerimentos visam o acesso a documentos oficiais. 

Também foram feitos 48 pedidos de quebras de sigilo, incluindo acesso a dados bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos, que abrangem informações contidas em dispositivos eletrônicos, como celulares. Entre os pedidos protocolados estão a quebra dos sigilos e a convocação de Jair Bolsonaro e de Mauro Cid.