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De volta ao Brasil, Lula decide sobre Turismo, Saúde, emendas e Centrão

Troca de Daniela Carneiro por Sabino no Turismo já é certa, mas está em disputa ainda o comando da Saúde, que Lula pretende manter com Nísia. Centrão pressiona por mais emendas

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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247 - Após seu retorno de uma viagem oficial à Europa na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem diante de si uma série de questões políticas que exigem sua atenção imediata. O impasse em torno do Ministério do Turismo é um dos principais desafios que o petista enfrenta, uma vez que sua resolução é crucial para garantir o apoio do União Brasil no Congresso Nacional. Além disso, Lula precisa tomar uma decisão sobre a liberação de verbas de emendas parlamentares, a fim de acalmar as demandas por cargos no primeiro e segundo escalões, informa o jornal O Globo.

A nomeação de Celso Sabino (União-PA) no Ministério do Turismo é vista como uma tentativa de aplacar os parlamentares do partido. A atual ministra, Daniela Carneiro, não possui o apoio da bancada no Congresso, e a intenção é utilizar a estrutura do ministério para destinar recursos aos redutos eleitorais dos deputados. 

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Segundo informações do ministério, há um montante de R$ 19 milhões disponível este ano para investimentos em obras de infraestrutura, campanhas promocionais e apoio a eventos. Espera-se que esse valor seja ampliado. Parlamentares do União Brasil acreditam que o desempenho de Sabino dependerá de sua capacidade de atender às demandas por meio do ministério, o que aumentaria as chances de conquistar votos favoráveis ao governo no Congresso.

A permanência de Daniela Carneiro tornou-se um problema político para o governo após a bancada fluminense do União Brasil, liderada pelo marido da ministra, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, entrar em conflito com a direção nacional do partido. O grupo decidiu deixar a sigla e migrou para o Republicanos, e Daniela ingressou com um pedido de desfiliação na Justiça. Paralelamente, novas liberações de verbas devem ser realizadas.

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Apesar de ter liberado um volume de emendas parlamentares três vezes maior em comparação com o primeiro ano de Jair Bolsonaro (PL), Lula ainda não conquistou uma base parlamentar sólida e enfrenta pressão até mesmo de aliados para aumentar o ritmo e incluir pagamentos considerados mais "atrativos". O presidente terá que manejar os valores dessas emendas, uma vez que os R$ 9,8 bilhões provenientes do antigo orçamento secreto, repassados para os ministérios, ainda estão parados, especialmente no Ministério da Saúde, o que aumenta a tensão. Enquanto é pressionado para ceder outras pastas ao Centrão, Lula também deve se posicionar sobre a permanência da ministra Nísia Trindade no Ministério da Saúde. É esperado que o presidente mantenha Nísia Trindade, uma vez que o cargo desperta a cobiça de aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A pasta, que possui um dos maiores orçamentos disponíveis para investimentos nas cidades, no valor de R$ 181,6 bilhões, é considerada fundamental para o sucesso eleitoral nas próximas eleições. No entanto, aliados de Lula afirmam que ele não deve ceder a pressões. Na última semana, Lira negou a interlocutores que tenha pedido o cargo.

Lula precisará lidar também com valores dessas emendas que foram destinados às bases eleitorais de ministros, desagradando os congressistas, a fim de evitar uma nova crise com o Centrão. 

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