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Decretos de Bolsonaro livram da cadeia suspeito de tráfico de armas preso com 26 fuzis e 11 mil munições

Vitor Furtado Rebollal Lopes foi beneficiado pelos decretos de Jair Bolsonaro que aumentaram o limite de armas e munições permitidos para os CACs, base de apoio do bolsonarismo

Vitor Furtado Rebollal Lopes e armamento apreendido (Foto: Reprodução | MPRJ)

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247 - O colecionador de armas Vitor Furtado Rebollal Lopez, que foi preso no início do ano sob a acusação de fornecer munições para uma facção do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, foi colocado em liberdade pela Justiça fluminense. De acordo com o jornal O Globo, Rebollal foi condenado a três anos de prisão em agosto, mas “duas semanas depois, teve a prisão revogada pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que considerou a pena baixa para mantê-lo atrás das grades”. 

Rebollal foi beneficiado pelos decretos armamentistas de Jair Bolsonaro (PL) que aumentaram o limite de armas e munições permitidos para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs), uma das bases de apoio do bolsonarismo. Graças às mudanças na legislação, Rebollal conseguiu se livrar de acusações que poderiam aumentar sua pena em pelo menos 12 anos.

“O colecionador e a namorada foram capturados em Goiânia (GO), quando trafegavam num carro com 11 mil cartuchos para fuzil. Já no imóvel do casal, no Grajaú, Zona Norte do Rio, um arsenal foi encontrado: 26 fuzis — 25 iguais de calibre 5,56 e um 7,62 —, 21 pistolas, dois revólveres, três carabinas, uma espingarda e um rifle. O armamento, cujo valor total estimado é de cerca de R$ 3 milhões, foi exibido durante a coletiva de imprensa sobre a prisão de Rebollal, na Cidade da Polícia, no dia seguinte à prisão”, ressalta a reportagem.

“Sob a perspectiva da fiscalização, ficou muito mais difícil combater crimes relacionados a venda, posse e porte de armamento. CACs ganharam, do governo, permissão para adquirir e transportar uma quantidade enorme de munição, capaz de abastecer uma tropa inteira. No caso do Rebollal, a autorização possibilitou que ele tivesse em casa mais de 20 fuzis iguais, do mesmo calibre e modelo. Isso não faz sentido da perspectiva do colecionador, que em tese deseja juntar várias armas diferentes, e da perspectiva do tiro desportivo, porque atiradores competem em categorias diferentes e usam armas diferentes. Um acervo como esse só faz sentido para o crime organizado: pela perspectiva do criminoso, é interessante ter armas iguais para só comprar munição de um calibre”, disse Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz e especialista em controle de armas. 

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