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    Documentário evidencia os males do Novo Ensino Médio (vídeo)

    Carlos Pronzato dá voz a professores e estudantes para falar sobre o Novo Ensino Médio e como ele afeta negativamente a educação no Brasil

    Estudantes protestam pela revogação do novo Ensino Médio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

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    RBA - O cineasta Carlos Pronzato lançou nesta semana o documentário “NEM (Novo Ensino Médio) – Um Fracasso Anunciado”. A obra de pouco mais de 30 minutos dá voz aos estudantes sobre a reforma no método de ensino, em discussão no governo federal. A proposta das mudanças foi imposta, sem participação popular, pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). Então, Jair Bolsonaro (PL) deu continuidade ao projeto. Agora, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revê a questão.

     Na terça-feira (6) o ministro da Educação, Camilo Santana, prorrogou por mais 30 dias as consultas públicas sobre o tema. O período inicial foi de 30 dias, contudo, a pasta avalia a necessidade de mais diálogo, algo que lideranças, educadores e estudantes concordam. Existe uma avaliação de que o governo pode parar a implementação do regime, ou alterar de forma a não trazer danos aos estudantes. “Reconhecemos que não houve um diálogo mais aprofundado para a implementação. E não houve uma coordenação por parte do Ministério da Educação — foi omisso principalmente no período difícil da pandemia”, disse Santana.

     As críticas ao NEM não são poucas. Entre elas, está o enfraquecimento de disciplinas críticas como a retirada de boa parte da grade de filosofia e sociologia para a implementação de matérias voltadas apenas ao mercado de trabalho, como “projeto de vida”. Os problemas vão além. Da forma como está pensado, sem estrutura para os estudantes, alguns deles teriam de frequentar mais de uma escola para cumprir a grade horária. Além disso, seria impossível conciliar trabalho e estudo, o que retiraria muitos estudantes que precisam trabalhar das salas de aula.

    O documentário de Pronzato caminha no sentido de ampliar as discussões. O material está disponível gratuitamente no YouTube, bem como no final desta matéria. “Esse projeto já morreu no sentido que é impossível de ser implementado em sua totalidade. Gera uma humilhação para os professores que se formam para lecionar um conjunto de disciplinas e estão sendo levados a lecionar disciplinas estapafúrdias”, argumenta o educador Daniel Cara. “A reforma vai deixar de existir porque os alunos não aguentam”, completa.

     Já o professor Márcio Alves de Oliveira, que também participa, reforça as críticas. “O que temos nos últimos anos, inclusive com o teto de gastos que congelou recursos e foi apresentado ao mesmo tempo da reforma do ensino médio, vemos a diminuição dos recursos”, explica. “É a primeira política concreta que as empresas construiram em educação no Brasil. E é um completo fracasso”, sentencia Cara.

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