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    Em depoimento à PF, Eduardo Bolsonaro diz que fez ameaça de golpe pensando no futuro

    O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tentou amenizar a gravidade da sua fala sobre "ruptura’" e "reação enérgica’ que Jair Bolsonaro deveria tomar contra as instituições democráticas, afirmando que se trata de "cogitação futura e incerta". Mas isto não anula o delito que cometeu ao fazer uma ameaça de golpe de extrema direita contra os Poderes constitucionais

    Allan dos Santos e Eduardo Bolsonaro (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

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    247 - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse à Polícia Federal que sua fala sobre "ruptura’ institucional" e "medida enérgica" do presidente Jair Bolsonaro foi uma "cogitação futura e incerta". 

    O filho do presidente da República teve que depor na PF na última terça-feira (22) e, confrontado com uma declaração ao blogueiro  Allan dos Santos, investigado no inquérito dos atos antidemocráticos, tentou amenizar a ameaça de golpe.

    A informação é de O Estado de S.Paulo sobre o conteúdo do depoimento, revelado pela CNN. Em live com Allan dos Santos, Eduardo afirmou que "quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessário uma medida enérgica, ele é que será taxado como ditador". 

    Confrontado pela PF sobre sua declaração de que o golpe seria uma questão de tempo, o filho de Jair Bolsonaro afirmou que "foi uma análise de um cenário e não uma defesa de ideia, que a frase está na esfera de cogitação futura e incerta, que inexiste qualquer tipo de organização voltada para a subversão da ordem democrática".

    Questionado pela Polícia Federal sobre quais elementos ou dados o levaram a declarar que a "medida enérgica" de Bolsonaro não seria uma questão de "se", mas "quando", o filho do presidente respondeu que a fala foi dita "no contexto dos acontecimentos de divergência entre os poderes Executivo e Judiciário".

    Eduardo Bolsonaro foi intimado na condição de testemunha, e é o segundo filho do presidente a prestar depoimento no inquérito. A investigação mira a suposta existência de organização voltada para o financiamento e organização de atos antidemocráticos que pedem o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal e a instauração de um regime militar.

    O deputado foi também questionado sobre seu relacionamento com o blogueiro Allan dos Santos, que trocou mensagens com um assessor militar do presidente Bolsonaro no qual ‘sugeriu a necessidade de intervenção militar’. 

    O filho de Jair Bolsonaro admitiu, embora com evasivas, que participava de grupos animados por Allan dos Santos e esteve em uma reunião na casa do blogueiro em 2019.  

    O blogueiro também organizava, por WhatsApp, reuniões semanais em sua residência para discutir ‘temas relacionados ao governo federal’ – Eduardo Bolsonaro teria participado de alguns encontros, segundo um investigado.

    A PF questionou Eduardo se ele chegou a participar do grupo ‘Gengis House/QG Estado Maior’, administrado por Allan para organizar os encontros. Eduardo Bolsonaro disse que "não se recorda se integra ou integrou esses grupos e que por ser pessoa pública é adicionado em diversos grupos independente da sua concordância". Mas confirmou que participou de uma reunião em 2019 na casa de Allan. 

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