Esquerda sempre foi minoritária no Congresso e Lula precisa mobilizar o povo, diz Jones Manoel

247 – O historiador Jones Manoel provocou uma reflexão no Twitter, abordando a necessidade de maior mobilização popular para ajudar o presidente Lula a enfrentar um Congresso Nacional reacionário. Manoel ressaltou que, historicamente, as esquerdas no Brasil nunca tiveram maioria legislativa, mas ainda assim foram responsáveis por importantes conquistas, como a CLT, Petrobras, Eletrobras, SUS, ECA, escolas e universidades públicas, entre outras. Diante disso, o historiador questiona: como isso foi possível? Qual foi a fórmula adotada?

O historiador destaca que na história da América Latina, com exceção de curtos períodos de crise de hegemonia do liberalismo, as esquerdas nunca tiveram maiorias legislativas ideológicas. Ele ressalta que o sistema político é estruturado de forma a impedir a conquista de uma maioria, dificultando assim a implementação de agendas progressistas.

Jones Manoel traz como exemplo o Chile na época de Salvador Allende, onde um presidente socialista foi eleito e o Partido Socialista e o Partido Comunista obtiveram votações expressivas. Mesmo assim, as esquerdas não tinham maioria legislativa ideológica. O historiador argumenta que é preciso tirar uma conclusão óbvia: se a desculpa para não mudar nada é ser minoria no Congresso, então é melhor tomar medidas mais radicais. Em um país como o Brasil, a conquista de uma maioria na Câmara e no Senado só seria possível em uma situação de crise revolucionária, em que a construção de maiorias legislativas deixa de ser prioritária.

Manoel destaca a tradição na América Latina de um presidencialismo forte aliado à mobilização popular contra o legislativo e o judiciário, que muitas vezes são vistos como aparatos do Estado fechados à vontade popular. Ele levanta a questão de como essa tradição se encaixa no contexto brasileiro.

As declarações do historiador Jones Manoel trazem à tona um debate sobre a importância da mobilização popular como ferramenta de apoio ao presidente Lula no enfrentamento de um Congresso Nacional reacionário. Confira: