Ex-chefe da Rota, nomeado presidente da Ceagesp por Bolsonaro, dá desconto a PMs e pressiona donos de bancas
Ex-chefe da unidade mais repressiva PM-SP, o coronel Ricardo Mello Araujo, ex-Rota, indicado por Jair Bolsonaro para a Ceagesp, pressiona informalmente donos de bancas a conceder descontos para PMs na compra de alimentos. "O bolsonarismo vai construindo sua base política com dinheiro público", observou a jornalista Natalia Viana
247 - Ex-chefe da Rota (unidade de elite da Polícia Militar de São Paulo), o coronel Ricardo Mello Araujo, indicado por Jair Bolsonaro para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), está dando descontos para policiais militares em compras dessa empresa pública federal, que vende principalmente frutas, verduras, peixes e legumes. Bolsonaro anunciou o benefício na semana passada. "É uma forma de prestigiar a classe dos policiais militares", disse ele, ex-capitão.
Donos de bancas estão sendo pressionados informalmente para conceder o desconto, que seria a partir de 20%, porém Leite Júnior, do sindicato dos permissionários, disse não haver um acordo com a direção da companhia. Ele também afirmou desconhecer o percentual anunciado pela Ceagesp. "Nosso segmento trabalha com rentabilidade extremamente reprimida. Existe uma boa vontade de parte das empresas de atender à população, tanto atacado quanto varejo. Mas esse desconto aos PMs é variável, conforme a banca", afirmou. Os relatos foram publicados em reportagem do portal Uol.
De acordo com a companhia, a baixa nos preços de alguns produtos para PMs ocorrerá somente em varejões e em determinadas bancas. O presidente da Ceagesp afirmou que o desconto "não é uma imposição para ninguém e jamais seria" e que ocorrerá em barracas de "comerciantes que decidiram oferecer (o abatimento)". "Trata-se de um projeto-piloto na Ceagesp, e nossos votos são para que, futuramente, outras categorias tão importantes quanto esta, também sejam beneficiadas", disse.
O presidente da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo (Apesp), Nivaldo Comin, também afirmou que não há definição sobre percentual de desconto.
"É uma boa ideia, mas no momento não há nada certo. Este percentual é muito alto para nós, nesse momento em que estamos em grandes dificuldades, todo mundo tentando sobreviver. Tivemos uma redução média de 70% no faturamento devido à crise que vem se arrastando desde o ano passado. É uma ideia, apenas", complementou.
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