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Fiéis evangélicos e católicos estão na mira de um curso de poder, diz Janio de Freitas

Jornalista Janio de Freitas destaca que “o impulso de Marcelo Crivella para vetar repórteres do Grupo Globo em entrevista "coletiva", "veio, mais que do próprio prefeito, do avanço antidemocrático de Bolsonaro nos ataques à Folha e à Globo” e que a covergência entre ambos demonstra que um "projeto de poder" está em curso no Brasil

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

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247 - O jornalista Janio de Freitas destaca, em sua coluna deste domingo (8), que “o impulso de Marcelo Crivella para vetar repórteres do Grupo Globo em entrevista "coletiva", veio, mais que do próprio prefeito, do avanço antidemocrático de Bolsonaro nos ataques à Folha e à Globo”. 

“Incluído em investigação sobre possíveis subornos na prefeitura do Rio, não era ao jornal e sua notícia objetiva que poderia caber alguma reação do prefeito. Ainda menos uma forma de censura, inútil embora”, ressalta.

“O ar de desinteresse por seu cargo tornaria inexplicável a decisão de candidatar-se. E então se nota que Crivella, por uma infinidade de atitudes e falta de, é um pastor evangélico na prefeitura, maneiroso na sua antipolítica e nas obstruções aos costumes, aos eventos e modos pessoais reprováveis por sua igreja. Um pastor em missão”, emenda. 

Para ele, está em curso “uma construção planejada, minuciosa, em prosseguimento” de um projeto de poder. “É o que explica o convívio convergente de tantas igrejas que deveriam atritar-se na conquista e domínio de fiéis, mas cujos chefes se mostram em permanente uníssono público - ressalvada alguma dissensão eventual e nebulosa. Um projeto que não é de uma igreja evangélica, é das igrejas evangélicas”, afirma. 

“Religioso, admita-se, para a sua massa de fiéis, e político-opressor para a outra multidão”, diz o jornalista sobre Crivella. “Bolsonaro, que até poucos meses dizia-se católico, e evangélicos utilizam-se mutuamente”, avalia 

“Suas concepções, entendidas as de Bolsonaro como as características do Exército, assemelham-se em muitos pontos, mas não distribuem o rigor da mesma maneira. Entre uma corrente e outra, a diferença indelével: regime militar ou militarizado acaba sempre derrubado, a história não sabe de exceção; o outro, baseado em massas místicas e incultas, com crescimento constante causado pela economia, não se sabe ao que pode levar”, finaliza.

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