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Gleisi critica ação bolsonarista por anistia pelos crimes de 8 de janeiro

Ela destaca também a hipocrisia da direita, que defende punição rigorosa para outros crimes

Gleisi Hoffmann e os atos terroristas bolsonaristas em Brasília no 8 de janeiro (Foto: ABr)

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247 – A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, lançou duras críticas aos membros bolsonaristas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Em meio a um cenário político carregado de tensões, Hoffmann denunciou o interesse desses parlamentares em discutir a anistia para os condenados dos eventos ocorridos em 8 de janeiro, uma data marcada por tentativas de golpe de Estado.

"Aqui está uma prova clara de que o bolsonarismo governa apenas para seus próprios interesses", afirmou Hoffmann. "Enquanto clamam por punições mais severas para determinados crimes, como seletivamente escolhidos, estão ávidos por conceder anistia aos que tramaram contra a democracia. Para eles, o restante da população e até mesmo a democracia não têm valor."

As declarações da deputada surgem em um momento em que o Congresso Nacional se depara com uma série de propostas que visam conceder anistia a indivíduos envolvidos em atos antidemocráticos. Pelo menos oito projetos estão em discussão na Câmara dos Deputados e no Senado, incluindo uma proposta notável do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), especificamente voltada para os responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro de 2023.

Além disso, um grupo de 29 senadores assinou uma proposta de emenda constitucional que visa perdoar os participantes das manifestações consideradas terroristas na capital federal. Outras iniciativas, como a dos senadores Guaracy Silveira (PP-TO) e Eliane Nogueira (PP-PI), propõem anistiar multas aplicadas a caminhoneiros envolvidos em protestos após o anúncio dos resultados das eleições de 2022, abrangendo também os manifestantes de janeiro de 2023.

Na Câmara dos Deputados, projetos similares foram apresentados por diversos parlamentares, incluindo Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Jorge Braz (Republicanos-RJ), Franciane Bayer (Republicanos-RS), José Medeiros (PL-MT), Major Vitor Hugo (PL-GO) e Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Entre as propostas, destacam-se aquelas que visam anistiar candidatos condenados por manifestações antidemocráticas nas redes sociais.

Essa movimentação legislativa ocorre paralelamente à investigação em curso sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023. A Polícia Federal lançou a Operação Tempus Veritatis ("A hora da Verdade") no mês passado, com o objetivo de esclarecer os detalhes do plano golpista e responsabilizar os envolvidos. A tentativa de golpe incluía planos para a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente do Senado, além de outros políticos e autoridades.

Entre os alvos da investigação estão nomes proeminentes, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, todos antigos assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Diante desse contexto político delicado, as declarações de Gleisi Hoffmann refletem a preocupação com possíveis retrocessos democráticos e o uso seletivo do poder legislativo para favorecer interesses particulares, em detrimento da integridade institucional do país.

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