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Governo Lula se divide sobre situação palestina

Enquanto alguns ministros expressam apoio à causa palestina, outros manifestam solidariedade apenas aos israelenses

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Por Victor Farinelli, Opera Mundi - A nova onda de conflitos entre as forças militares de Israel e os grupos armados de resistência da Palestina tem dividido opiniões entre os ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A crise teve início neste sábado (07/10) com um ataque sem precedentes lançado pelas Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, contra territórios que pertenciam à Palestina, mas que estão sendo ocupados há anos por colonos israelenses. Horas depois, o governo de Israel reagiu declarando guerra aos insurgentes e anunciando uma nova operação militar massiva contra a Faixa de Gaza.

Em Brasília, as opiniões sobre o tema se mostraram divididas. Boa parte dos ministros expressou solidariedade apenas aos israelenses – apesar de que ambas as ofensivas já produziram mais de uma centena de mortes.

Foi o caso, por exemplo, do ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), que usou suas redes sociais para dizer que expressava “total solidariedade ao povo israelense, que enfrenta ataques brutais prospectado pelo grupo terrorista Hamas”.

“Vamos orar pelas vítimas, e orar para que Deus conforte o coração de todos os familiares e amigos por suas perdas”, acrescentou o ministro dos Esportes.

 Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC), ressaltou sua “absoluta condenação e repúdio aos injustificáveis e brutais atos de violência e agressão contra civis israelenses desfechados a partir da faixa de Gaza, ao mesmo tempo que expresso profunda simpatia e solidariedade com as famílias das vítimas”.

Por sua vez, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT-RS) recordou sua “trajetória de apoio e solidariedade a luta do povo palestino e em defesa do seu território, e reafirmo aqui esse compromisso histórico”.

Em seguida, o político gaúcho enfatizou que “a ocupação prolongada dos territórios palestinos e a incapacidade dos fóruns internacionais em fazer cumprir as resoluções da ONU são o pano de fundo para compreendermos esse novo capítulo de um processo de violências e privações que jamais poderiam ter sido toleradas”.

“Que o Brasil possa contribuir para busca da paz e que imediatamente ocorra um cessar fogo para que se estabeleça as negociações para por fim ao conflito”, completou o ministro da Secom. 

ALCKMIN E CAMILO - O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP) liderou o grupo que tentou manter uma postura algo mais isenta, embora levemente favorável a Israel. No seu caso, apesar do repúdio aos ataques do Hamas (mas não ao contra-ataque de Tel Aviv), também se destacou a defesa da “retomada das conversas pela paz na região”.

“Os ataques devem cessar imediatamente, como pede o posicionamento do Itamaraty”, acrescentou o também ministro do Desenvolvimento.

 O ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), em uma primeira mensagem às redes sociais, mostrou sua “solidariedade ao povo de Israel, atingido pela escalada de violência no país” e disse rogar “pelas vítimas e para que haja solução que evite mais conflitos e perda de vidas inocentes na região”.

Em seguida, o político cearense apresentou condolências mais amplas, e pediu que “vidas palestinas e israelenses na região sejam preservadas. Que a paz prevaleça”.

Vale lembrar que o próprio presidente Lula realizou uma declaração defendendo a retomada dos diálogos de paz, mas expressando sua solidariedade apenas a Israel, e utilizando a palavra “terroristas” para qualificar os insurgentes palestinos.

LIRA E BOULOS - Na entre as figuras do Legislativo, se destacam a declaração do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para quem “o ataque do Hamas a Israel é inaceitável e cria mais um foco de tensão mundial”.

“Devemos todos, inclusive o estado brasileiro, buscar o fim das hostilidades e  o entendimento político”, complementou o político que foi aliado de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2022, mas que se aproximou do Governo Lula após aquele pleito.

 Por sua parte, o deputado federal Guilherme Boulos, uma das principais figuras políticas do PSOL, lamentou estar sendo vítima de fake news bolsonaristas devido ao seu apoio à causa palestina.

“Minha defesa dos direitos do povo palestino é pública. Cheguei inclusive a realizar uma visita à Cisjordânia em 2018, da qual os bolsonaristas estão utilizando imagens para propagar Fake News”, se queixou o parlamentar paulista.

 Em seguida, Boulos disse condenar “sem meias palavras, os ataques violentos a civis, como os que mataram nas últimas horas 250 israelenses e 232 palestinos. Deixo minha solidariedade às vítimas e seus familiares”.

“Defendo uma solução pacífica e duradoura, que passe pelo cumprimento do direito internacional e das resoluções de paz”, enfatizou o político do PSOL.

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