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    Greve dos entregadores contou com apoio dos sindicatos

    Categoria comemora conscientização em greve que foi apoiada pelos sindicatos. Em Brasília, ocorrerá nova mobilização, dia 11, para pressionar o Congresso Nacional por direitos

    Manifestação de entregadores em Brasília (Foto: Cristiane Sampaio/Brasil de Fato)

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    247 - A paralisação dos entregadores de aplicativos em diferentes pontos do país nesta quarta-feira (1º) teve ressonância em outras categorias profissionais. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos de enfermeiros, professores, jornalistas e outros segmentos prestaram solidariedade aos motoristas e ciclistas que se aglutinaram em praças e ruas do país para reivindicar garantias trabalhistas.

    O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) publicou um editorial em defesa da greve. “A gente não podia se furtar de dar todo o apoio porque nós verificamos que eles são, na verdade, a concretização de todo o avanço da política neoliberal no que tange às relações trabalhistas – a flexibilização [de direitos], a lógica de tentar colocar a narrativa de que eles são microempreendedores, o que, na verdade, eles não são. São trabalhadores sem nenhuma garantia laboral”, afirma  o presidente da entidade, Antonio Gonçalves.

    Segundo os entregadores, em geral, os motoristas chegam a ter uma jornada de mais de 12 horas por dia, sem folgas semanais ou pagamento fixo e, na maioria das vezes, sem seguro, informa o Brasil de Fato. Gonçalves salienta que a situação do segmento aponta para o risco de maior pulverização da “uberização”, sistema de trabalho em que a exploração da mão de obra por parte de empresas de plataformas digitais se dá sem obrigações trabalhistas.    

    “É uma espécie de laboratório. O que se está fazendo hoje com essa categoria se quer ampliar pro conjunto da classe [trabalhadora], e a gente já está vivenciando hoje [uma realidade de] mais de 50 milhões de trabalhadores na informalidade”, lembra.

    O Sindicato Nacional de Gestores em Ciência & Tecnologia (SindGCT) se manifestou dentro da mesma linha de raciocínio. Em nota divulgada à imprensa, a entidade lembrou o avanço da flexibilização de direitos dos servidores públicos.

    “A precarização das condições de trabalho dos entregadores faz parte da mesma reconfiguração da relação capital x trabalho em curso no Brasil desde 2016 com a ‘contrarreforma trabalhista’. Mesmo nós servidores públicos estatutários já começamos a perceber e enfrentar consequências nefastas desse processo, como a proposta de reforma administrativa, o horizonte de corte de salários, o congelamento de gratificações, as restrições de licenças e outros direitos, o fim dos concursos públicos e a terceirização irrestrita. Buscar melhores condições de trabalho é uma luta de todos”, disse a organização.

    Os Sindicatos dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e do Distrito Federal (SJPDF) também se posicionaram em defesa da greve. O SJPDF lembrou que os entregadores têm direitos sindicais negados e que o jornalismo também já sofre as consequências desse tipo de política trabalhista que caracteriza a “uberização”.

    Em entrevista ao Brasil de Fato, Abel Santos, do conselho fiscal da Associação de Motofretistas Autônomos e Entregadores do DF (AMAEDF), celebrou as manifestações de apoio e exaltou a importância da luta da categoria. Em Brasília, por exemplo, o segmento passou a se organizar no ano passado, com a criação da entidade, que agora tenta expandir o trabalho de conscientização dos trabalhadores do ramo. Santos afirma que hoje a AMAEDF observa um aumento na procura dos associados por informações que dizem respeito a direitos trabalhistas.

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