Indulto que beneficiou Silveira foi pensado por Bolsonaro para blindar os filhos de investigações em curso no STF
Texto do decreto que beneficiou o deputado bolsonarista estava pronto duas semanas antes do julgamento e visava proteger Eduardo e Carlos Bolsonaro, investigados pelo STF
247 - O indulto concedido por Jair Bolsonaro ao deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8,9 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atacar a democracia e as instituições, já vinha sendo avaliado pelo atual ocupante do Palácio do Planalto e seus aliados como uma medida para ser utilizada caso as investigações em curso no STF chegassem aos filhos do ex-capitão, especialmente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Segundo o jornal O Globo, a graça institucional concedida a Silveira foi uma espécie de recado do Planalto à Corte.
De acordo com a reportagem, “a edição do decreto que tenta livrar Silveira das penas impostas pela Corte já vinha sendo discutida pelo presidente com seus auxiliares mais próximos há pelo menos duas semanas, antes mesmo de o STF tomar qualquer decisão sobre o tema. O esboço do texto já estava pronto antes do julgamento, na quarta-feira (20).
No ano passado, o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso de Daniel Silveira na Corte, abriu um inquérito para investigar grupos organizados responsáveis por disseminar ataques à democracia e mensagens de ódio nas redes sociais.
Carlos, o filho "02" de Jair Bolsonaro, é citado em um relatório da Polícia Federal que investiga o caso, além de ser apontado como um dos líderes do chamado "gabinete do ódio”. Já Eduardo Bolsonaro foi alvo da CPMI das Fake News no Congresso Nacional.
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