Interlocutores próximos estão preocupados com a apatia de Moro na defesa da Operação Lava Jato
De acordo com um interlocutor próximo de Sérgio Moro, "essa postura distante, retraída, num momento em que ele deveria rodar esse país acordando as pessoas para o que está ocorrendo com a Lava-Jato é incompreensível"
247 - Amigos do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro andam decepcionados com a apatia do ex-juiz na defesa da Lava Jato. Procuradores avaliam que Moro deveria assumir a linha de frente na defesa da operação. A informação é da coluna Radar.
"Essa postura distante, retraída, num momento em que ele deveria rodar esse país acordando as pessoas para o que está ocorrendo com a Lava-Jato é incompreensível", afirmou um interlocutor próximo.
As críticas à Lava Jato aumentam nas últimas semanas após o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmar que a operação atua sob falta de transparência e tem dados de 38 mil pessoas. Aras foi indicado por Bolsonaro sem estar na lista tríplice do Ministério Público.
Potencial candidato a presidente da República em 2022, Moro também está sob ataque após deixar o governo, em abril, apontando crime de responsabilidade de Jair Bolsonaro, ao denunciar tentativa de interferência do seu então chefe na Polícia Federal.
Segundo as reportagens conhecidas como Vaza Jato, publicadas pelo site Intercept Brasil, algumas em parceria com outros veículos, Moro agia como uma espécie de assistente de acusação junto a procuradores.
Moro também questionou a capacidade de a procuradora Laura Tessler interrogar o ex-presidente.
O ex-juiz também pediu acréscimo de informação na denúncia de um réu - Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás para a construção de plataformas de petróleo.
Outra matéria apontou que o ex-juiz "sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos".
Em um diálogo de 1º de novembro de 2018, momentos antes da confirmação da ida de Moro ao governo Bolsonaro, a procuradora Monique Cheker criticou o então juiz em um grupo intitulado BD (todas as mensagens foram transcritas como estão no "The Intercept"). "Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados", disse ela.
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