Lava Jato repete acusações descabidas, diz defesa de Lula sobre nova denúncia
Ex-presidente e seu irmão Frei Chico foram denunciados pelo força-tarefa da Lava Jato de São Paulo por corrupção passiva continuada. Segundo o MPF, Frei Chico recebeu "mesada" da Odebrecht entre 2003 e 2015 em troca de benefícios obtidos pela empresa junto ao governo. "Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrech qualquer 'pacote de vantagens indevidas', tanto é que a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado pelo ex-presidente. [Ele] também jamais pediu qualquer vantagem indevida para si ou para qualquer de seus familiares", disse seu advogado, Cristiano Zanin Martins
247 - A defesa do ex-presidente Lula classificou como "acusações descabidas" a nova denúncia feita pela força-tarefa da Lava Jato em São Paulo contra o ex-presidente e seu irmão Frei Chico. Os dois foram denunciados pelo crime de corrupção passiva continuada.
Segundo o MPF, Frei Chico recebeu "mesada" da Odebrecht de R$ 3 a R$ 5 mil entre 2003 e 2015 como "parte de um 'pacote'de vantagens indevidas oferecidas a Lula, em troca de benefícios diversos obtidos pela Odebrecht junto ao governo federal".
"Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrech qualquer 'pacote de vantagens indevidas', tanto é que a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado pelo ex-presidente. [Ele] também jamais pediu qualquer vantagem indevida para si ou para qualquer de seus familiares", disse em nota o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins.
A defesa de Frei Chico, representada pelo advogado Antônio Funari, vê a denúncia como "absurda", uma vez que foi entregue ao MPF "farta documentação" comprovando que Frei Chico trabalhou para a Odebrecht e que o caso corresponde a um período até antes de Lula ser presidente. Além disso, ele lembrou que testemunhas indicadas pela defesa não foram ouvidas no processo. "Eu estou achando muito estranha essa denúncia. Ela não faz o menor sentido. Entregamos documentos que comprovam claramente que o Frei Chico prestava serviços à Odebrecht", declarou ao 247.
Em conversa por telefone com o 247, Frei Chico disse que jamais recebeu mesada, e sim colaborou como consultor da Odebrecht. O irmão de Lula reforçou também que as testemunhas de defesa indicadas por ele para falar no processo nunca foram ouvidas.
Neste fim de semana, novos vazamentos do site The Intercept escancararam os planos políticos da Operação Lava Jato, que manipulou, em 2016, a versão do episódio da nomeação de Lula a ministro da Casa Civil, impedindo que isso acontecesse e fortalecendo o ambiente para o golpe que tirou Dilma Rousseff do poder.
Leia a íntegra da nota divulgada pela defesa de Lula:
A denúncia oferecida hoje (09/09/2019) em São Paulo pelos procuradores da franquia “Lava Jato” contra Lula repete as mesmas e descabidas acusações já apresentadas em outras ações penais contra o ex-presidente, em especial, a ação penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 (caso do imóvel que nunca foi destinado ao Instituto Lula), que tramita perante a 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba e a ação penal nº 1026137-89.2018.4.01.3400/DF, que tramita perante a 10ª. Vara Federal Criminal de Brasília (caso Janus).
Lula jamais ofereceu ao Grupo Odebrech qualquer “pacote de vantagens indevidas”, tanto é que a denúncia não descreve e muito menos comprova qualquer ato ilegal praticado pelo ex-presidente. Mais uma vez o Ministério Público recorreu ao subterfúgio do “ato indeterminado”, numa espécie de curinga usado para multiplicar acusações descabidas contra Lula.
O ex-presidente também jamais pediu qualquer vantagem indevida para si ou para qualquer de seus familiares. A denúncia sai no dia seguinte de graves revelações pelo jornal Folha de S. Paulo de atuação ilegal da Lava Jato contra Lula, mostrando a ocultação de provas de inocência e ação indevida e ilegal voltada a romper a democracia no país.
O uso de processos criminais e a repetição das mesmas e descabidas acusações em processos diferentes comprova que Lula é vítima de “lawfare”, que consiste no abuso das leis e dos procedimentos jurídicos para promover perseguições política.
Cristiano Zanin Martins
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