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Lula considera questão militar equacionada

Presidente afirmou que recentes problemas ocorreram por parte de "desvio" promovido por Bolsonaro, que quis "fazer do Exército de Caxias o Exército dele"

Lula (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil | Presidência da República)

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Por Tereza Cruvinel, 247 - Embora reconhecendo que, ao longo da História republicana, os militares desenvolveram uma tradição golpista, o presidente Lula (PT) parece considerar a questão militar equacionada em seu governo e atribui os problemas recentes a um "desvio" promovido por Jair Bolsonaro (PL), ao nomear milhares de militares para cargos civis e "tentar fazer do Exército de Caxias o Exército dele".

Perguntado sobre o que pretende fazer para evitar a participação das Forças Armadas em novas tentativas de golpe de Estado, ele disse: "de 1985 para cá, ou de 1988 para cá, se preferirem, a democracia brasileira não teve problemas com os militares. Eu, em meus dois governos, não tive problemas com eles. O que aconteceu agora foi um desvio promovido pelo Bolsonaro, ao cooptar militares para cargos civis e tentar fazer do Exército de Caxias o Exército dele".

Lula não defendeu a revisão do artigo 142 nem a reforma dos currículos das escolas militares, medidas citadas na pergunta, afirmando que o papel das Forças Armadas já está definido "de forma explícita na Constituição Federal".

E embora não tenha dito claramente que considera o problema superado, deu a entender que a nomeação do novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, colocou as coisas nos devidos lugares. "O general Tomás disse de público o que eu também penso sobre as Forças Armadas: são instituições de Estado, têm importante papel a cumprir mas devem se manter longe da política e das disputas partidárias. O 8 de janeiro deixou uma lição importante: se cada poder, se cada instituição se mantiver em seu quadrado, manteremos a normalidade e a estabilidade".

É sabido que Lula está satisfeito com a participação dos militares nas ações de socorro aos ianomâmi, entendendo que tal participação expressa a disciplina e a subordinação ao poder civil.

Uma pergunta, entretanto, não tive oportunidade de fazer ao presidente: se ele apoiaria a aprovação da PEC da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), proibindo a nomeação de militares para cargos civis, com poucas exceções. Pois foi por falta desta vedação que Bolsonaro promoveu o tal "desvio" das Forças Armadas em seu governo, cooptando parte delas com nomeações para cargos no governo que lhes permitiram, inclusive, duplicar o salário, somando o soldo militar com a remuneração em cargo comissionado.

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