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    Lula: morreram 100 mil porque doença "foi desprezada por quem deveria cuidar do povo"

    "A quantas mortes estamos dispostos a chegar?", questionou ainda o ex-presidente Lula

    Lula, Bolsonaro e mortos por coronavírus no Brasil (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Bruno Kelly/Reuters | ABr)

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    247 - O ex-presidente Lula se manifestou neste sábado (8) sobre a triste marca atingida pelo Brasil de 100 mil mortes causadas pela Covid-19. Lula não deixou de apontar a responsabilidade pelos óbitos.

    "100 mil vidas. Em 144 dias, o coronavírus levou embora precocemente 100 mil pais, mães, filhos, irmãos, avós. Eram amigos, conhecidos, eram trabalhadores que se viram obrigados a deixar seus lares e lutar pelo pão de cada dia. Eram médicos, enfermeiros, agentes de saúde, motoristas de ambulância, agentes de segurança. Homens e mulheres que dedicaram a própria vida a salvar a de seus companheiros. Eram parte do povo brasileiro", disse o ex-presidente. 

    Lula falou também que o coronavírus revelou ao mesmo tempo o lado solidário e egoísta do ser humano. "Uma doença que no Brasil foi desprezada por quem deveria cuidar do povo. Pela arrogância e prepotência de um presidente que escolheu chamar um vírus cruel de gripezinha, desafiando a ciência e até a morte, e que carregará na alma a responsabilidade por milhares de vidas. Se o coronavírus revelou e resgatou a empatia do brasileiro, também mostrou um lado cruel do egoísmo, do desprezo pela vida de nossos mais velhos e vulneráveis. Que sofrem com o medo e o isolamento, abandonados à própria sorte pela desorientação do presidente da República". 

    "Nesta data trágica em que completamos 100 mil vidas perdidas, em um país com quase 3 milhões de infectados, me pergunto: a quantas mortes estamos dispostos a chegar? Peço ao povo brasileiro, do fundo coração, que se cuidem. Lembrem-se que a vida é o dom mais precioso do ser humano. Usem máscara, lavem as mãos, evitem aglomerações desnecessárias, ajudem aqueles que mais precisam. Cuidem dos seus. Deixo meu abraço fraterno a todos que perderam alguém que amavam para o coronavírus. E neste dia de saudade, que honremos a vida daqueles que se foram promovendo a consciência. A solidariedade se faz obrigatória para sairmos dessa crise", completou.

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