Carlos Lupi sobre dissidências na reforma da Previdência: traição é falta de caráter
Presidente do PDT, Carlos Lupi, conversou com a TV 247 sobre os oito deputados que, contrários à orientação do partido, votaram a favor da reforma da Previdência na Câmara. “Infelizmente, oito companheiros escolheram sacrificar o trabalhador”, afirmou. Ele também fala de Lula e unidade da esquerda. Assista
247 - O presidente do PDT, Carlos Lupi, falou à TV 247 sobre as dissidências do partido durante votação do texto da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, em julho deste ano. Ele classificou os atos de rebeldia como traição e disse não haver justificativa para tal comportamento. Lupi também falou sobre unidade da esquerda e comentou a posição do ex-presidente Lula de rejeitar a ida ao regime semiaberto.
Apesar de defender o direito de defesa dos parlamentares que contrariaram o posicionamento do PDT acerca da reforma da Previdência, Carlos Lupi afirmou que a “rebeldia” dos deputados dissidentes não têm justificativa e que tal traição é uma comprovação de falta de caráter.
“Essa questão mostra um pouco a fragilidade que a gente tem na hora de ter convicções que sejam acima dos interesses mais objetivos para muitos parlamentares. Nós discutimos a questão da Previdência com mais de 500 membros, tivemos pelo menos 10 encontros e na hora de votar, infelizmente, oito companheiros escolheram sacrificar o trabalhador, 80% do sacrifício da reforma da Previdência de quem ganha até R$ 3 mil. Como se imaginar que um trabalhista, um deputado eleito por um partido que tem sua história amarrada com o trabalhador possa votar a favor disso?”.
“Não existe justificativa, nenhum ato de traição tem justificativa, a traição já é uma comprovação da falta de caráter”, completou.
Unidade da esquerda
O presidente do PDT defendeu que a união da esquerda brasileira deve se pautar por projetos. “Unidade se constrói em cima de projetos. Penso que todos nós da oposição temos que ter humildade para entender o que está acontecendo no Brasil e ter capacidade e competência de colocar nossas vaidades e nossos individualismos secundariamente, para estabelecer um projeto de nação prioritário. Isso que pode fazer com que a gente tenha unidade para derrubar essa direita arcaica. Essa unidade só terá chance de ter êxito se a gente criar um projeto para o Brasil”.
Mesmo assim, Lupi afirmou que a unidade da esquerda se torna difícil porque esbarra em conflitos de ideias, ao contrário da direita, que carrega consigo interesses financeiros. “O processo no campo popular é um processo que mexe muito com as convicções, com as ideias, é diferente da direita. A direita tem um banco atrás, tem um sistema financeiro, conosco não é assim”.
Lula
Carlos Lupi opinou sobre a decisão do ex-presidente Lula de rejeitar ida ao regime semiaberto com o objetivo de provar sua inocência. Para o presidente do PDT e amigo do ex-presidente, este é um ato de coragem que ele mesmo não teria coragem de fazer.
“O ato dele é um ato de coragem, é um ato de quem sabe que está sendo injustiçado. Eu não teria a coragem de fazer o que ele está fazendo não, eu fui visitá-lo, ficar naquela prisão de 3 por 3, sozinho, com uma cama de solteiro, uma televisão de tubo e uma mesa por um ano e oito meses se ter uma prova de crime cometido é doloroso, eu saí deprimido de lá de dentro. Ele está tendo um ato que eu não teria coragem de fazer”.
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