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Michelle Bolsonaro esqueceu joias debaixo de cama na Embaixada do Brasil em Londres

E-mails mostram que ex-primeira-dama deixou joias para trás, dentro de caixa de papelão, em viagem para o enterro da rainha Elizabeth II

Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro durante o funeral da Rainha Elizabeth II, em Londres - Setembro de 2022 (Foto: Reprodução)

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247 - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esqueceu uma caixa de joias dentro de uma embalagem de papelão debaixo de uma cama na residência do então embaixador brasileiro em Londres, Fred Arruda. As joias foram encontradas no quarto utilizado por ela e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante a estadia na capital inglesa, em setembro de 2022. O casal estava participando do funeral da rainha Elizabeth II, cujo sepultamento ocorreu no dia 19 de setembro. Michelle fez uso de um conjunto de pérolas, durante o evento.

De acordo com correspondências eletrônicas de ex-auxiliares próximos a Bolsonaro, a caixa com as joias foi prontamente recolhida pelos ajudantes de orden e depositada em um cofre pertencente. Um dos em-mails relata que, com a devida autorização do audante de ordens Mauro Cid, o artefato foi entregue no Palácio da Alvorada a uma assessora da ex-primeira-dama em 21 de setembro.

Leia a mensagem:

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A Polícia Federal realizou operação nesta sexta-feira para apurar o uso da estrutura do Estado para o desvio de joias ofertadas como presentes oficiais ao então presidente Jair Bolsonaro e posterior venda e ocultação de valores com o objetivo de enriquecimento ilícito do ex-mandatário, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a PF realizou busca e apreensão de computadores, tablets, máquinas fotográficas e meios de armazenamento de dados, entre outros, em endereços relacionados ao general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid; ao advogado do ex-mandatário Frederick Wassef; e ao segundo-tenente Osmar Crivelatti, próximo do ex-comandante do Exército, Villas-Bôas Corrêa.

A decisão também cita mensagens obtidas pela Polícia Federal em que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro trata da venda de estátuas -- uma palmeira e um barco folheados a ouro, recebidos durante visita oficial ao Bahrein --, de um possível leilão de um dos kits de joias recebidos na Arábia Saudita, e ainda menciona 25 mil dólares que teriam Bolsonaro como destinatário.

O ministro relata, ainda, que a PF identificou um esquema de recuperação de algumas das joias para que fossem entregues ao Estado brasileiro na tentativa de disfarçar a suposta evasão e venda ilícita de bens no exterior. A devolução foi determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após denúncias sobre o tema virem à tona.

A tentativa de recuperação dos bens envolveu o advogado Wassef, que chegou a recomprar um relógio da marca Rolex para entregá-lo à Caixa Econômica Federal, segundo as investigações mencionadas pelo magistrado. Recebido pelo ex-presidente em viagem oficial, o relógio de luxo havia sido vendido nos Estados Unidos pelo pai de Mauro Cid, acrescentou Moraes.

A recompra teria ocorrido em março, quando o TCU já havia determinado a devolução da joia. Cid pai tratou de recuperar, em Miami, outros itens do kit, que incluía anel, abotoaduras e um rosário islâmico. O kit completo foi entregue à Caixa -- por decisão do TCU -- em abril deste ano.

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