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Michelle diz que não tinha contato com Cid, mas admite que o militar pagava todas as suas contas, até 'lanchinho das crianças'

"Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido", disse a ex-primeira-dama

Mauro Cid e Bolsonaro com Michelle (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Alan Santos/PR)

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247 - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, em entrevista à revista Veja, que não possuía qualquer tipo de relação com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mas admitiu que o militar pagava suas contas pessoais. Cid foi preso pela Polícia Federal (PF) no dia 3 de maio pela suspeita de fraudar cartões de vacinação do ex-mandatário e seus familiares, além de aliados próximos.

“Nenhuma [relação com Mauro Cid]. O meu contato com ele se dava por meio das minhas assessoras. Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido. Todo o dinheiro usado pelo coronel para pagar minhas despesas foi sacado da conta pessoal do Jair, dos rendimentos dele como presidente da República. Não tem um tostão de recursos públicos. Temos os extratos para provar isso”, disse Michelle. 

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A declaração faz referência à investigação da PF que encontrou, em trocas de mensagens por WhatsApp, imagens de sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid, que foram encaminhados às assessoras da então primeira-dama, além de uma transferência bancária de R$ 5 mil, em julho de 2021, feita diretamente da conta de Mauro Cid para a de Michelle. Os investigadores suspeitam que o dinheiro seja oriundo de um esquema de “rachadinha” que funcionaria no Palácio do Planalto. 

Questionada sobre a razão do militar ser o responsável pelo pagamento de suas contas pessoais, Michelle afirmou que “antes do Jair se tornar presidente, eu administrava as contas da nossa casa. Quando chegamos no Alvorada, tinha essa figura para fazer esse trabalho. Pagar as despesas do dia a dia. A gente tinha vários eventos, uma demanda muito grande de trabalho, então a gente deixava tudo na planilha. Eu passava para a minha assessora, que passava para o Cid, que tinha acesso ao cartão pessoal. Ele sacava e pagava a manicure, ou cabeleireiro, um dinheiro para o lanche das crianças”. 

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Ainda segundo ela, a PF nunca lhe pediu explicações sobre as suspeitas investigadas. “Nunca me pediram explicações. Uso esse cartão desde 2011. Eu era quebrada. Em 2007, casei com o Jair, fui para o Rio de Janeiro. Tenho três irmãos. A minha família é bem simples, e eu sempre cuidei dos meus irmãos. Na época, o limite do meu cartão de crédito era de R$ 1.800, porque eu não tinha como comprovar renda. Aí essa minha amiga ofereceu um cartão adicional na conta dela, que tinha um limite maior. Eu pagava minha parte na fatura. Tenho todos os comprovantes. Esses achismos destroem a reputação das pessoas”, disse. 

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