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    Movimentos negros lançam campanha por ministra negra no STF

    Em mobilização para ter a primeira ministra negra no Supremo Tribunal Federal, movimentos negros lançaram um site

    Estátua da Justiça no prédio do STF em Brasília - 21/04/2010 (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

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    247 — Em uma iniciativa inédita, movimentos negros de todo o Brasil lançaram a campanha "Queremos uma ministra negra no STF", com o objetivo de pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nomear a primeira ministra negra para o Supremo Tribunal Federal (STF), informou o Jornal do Brasil. A mobilização visa a ocupação de uma cadeira historicamente nunca antes ocupada por uma mulher negra, apesar da diversidade da população brasileira.

    O site ministranegranostf.com.br foi lançado recentemente, permitindo que os cidadãos enviem e-mails diretamente ao presidente Lula, instando-o a escolher uma ministra negra e progressista para a próxima vaga no STF. A campanha destaca a importância de representatividade no mais alto tribunal do país, considerando que mais de 56% da população brasileira se identifica como negra.

    A campanha se apoia em dados alarmantes de sub-representação de mulheres negras no sistema judiciário brasileiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,1% da população brasileira são mulheres, sendo 25,4% delas negras. No entanto, apenas 7% dos magistrados de primeira instância são mulheres negras, e esse número diminui para menos de 2% na segunda instância.

    Além disso, a campanha destaca a disparidade nas estatísticas de encarceramento, com 68% da população carcerária do Brasil sendo negra. Ao mesmo tempo, as pessoas negras também representam a maioria dos presos injustamente no país.

    Os movimentos negros ressaltam a importância histórica de ter uma ministra negra no STF e destacam que, após um intervalo de mais de 60 anos sem que nenhuma pessoa negra ocupasse o tribunal, Joaquim Barbosa — responsável pelo julgamento chamado “Mensalão”, que iniciou o processo golpista contra o PT — fez história ao se tornar o primeiro presidente negro do STF.

    O Instituto Marielle Franco, que recentemente foi presidido pela atual ministra do governo Lula, Aniele Franco, está entre as entidades que lideram o movimento. Eles afirmam que a escolha de uma ministra negra progressista para o STF não é um favor, mas sim uma reparação histórica tardia que deve ser feita. Até o momento do fechamento deste informe, 1.529 pessoas já haviam enviado e-mails ao presidente Lula em apoio à campanha. Os movimentos negros e feministas planejam enviar meio milhão de mensagens para pressionar pela nomeação da ministra negra em outubro. 

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