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    Áudios: Deltan interferiu para colocar juiz aliado da Lava Jato no lugar de Moro

    Diálogos divulgados pela defesa do ex-presidente Lula apontam a interferência nos bastidores do ex-coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol para que um juiz aliado da Lava Jato fosse nomeado na 13ª Vara, no lugar de Sergio Moro, que estava a caminho do Ministério da Justiça de Bolsonaro

    (Foto: Divulgação)

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    247 - Áudios divulgados pela defesa do ex-presidente Lula nesta segunda-feira (15) revelam a interferência - pelos bastidores - do Ministério Público Federal para que um juiz aliado da Lava Jato fosse nomeado para o lugar do ex-juiz Sergio Moro, que havia decidido aceitar o convite de Jair Bolsonaro para ser seu ministro da Justiça.

    O portal The Intercept Brasil publicou reportagem com os áudios em outubro do ano passado, com a contextualização sobre os diálogos e identificação dos nomes das pessoas citadas. 

    Nesses dois áudios e em várias outras mensagens de texto trocadas pelo Telegram em janeiro de 2019, o ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol elenca os principais candidatos à vaga de Moro, elege os preferidos da força-tarefa e esboça o plano em andamento para afastar quem poderia “destruir a Lava Jato”, na opinião dele.

    Nas conversas, Deltan Dallagnol também pede a colegas familiarizados com o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF4, responsável pela Justiça Federal do Paraná, que tentassem “advogar” junto a ele por uma solução que agradava à força-tarefa.

    Alguns nomes citados são o de Julio Berezoski Schattschneider, um juiz que atuava em Santa Catarina, que poderia assumir a vaga. Ele foi definido por Deltan como uma opção "horrível", que poderia "vir para destruir a Lava Jato", e de Luiz Antônio Bonat, quem eles queriam convencer a se candidatar para o posto e que acabou assumindo o lugar de Sergio Moro.

    “Então a gente tem que conseguir um apoio. A ideia talvez seria de ter juízes assessores ali designados junto a ele”, disse Deltan. 

    "A Lava Jato considerava que Bonat, um juiz com 64 anos e de perfil extremamente discreto (jamais deu palestras ou entrevistas desde que assumiu o comando da operação, há quase dois anos), precisaria de ajuda para dar conta das dezenas de processos que corriam no Paraná. Assim, Dallagnol e equipe buscaram uma forma de garantir que nem todo o trabalho da operação cairia sobre ele", relatou à época a reportagem do Intercept.

    "A candidatura de Bonat surpreendeu a comunidade jurídica. Magistrado com 25 anos de carreira, à época, ele estava afastado da área criminal havia 15 anos. Até um juiz federal que atua na região do TRF4, e que falou ao Intercept sob a condição de anonimato, diz ter estranhado: 'Era uma vara difícil, cheia de trabalho, daquelas que habitualmente ninguém quer pegar e acaba sobrando nas mãos de um juiz mais novo. E aí aparece um monte de gente mais antiga [na disputa]', ele observou", trouxe a reportagem. 

    Confira abaixo a íntegra dos áudios: 

     

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