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"O Judiciário de Curitiba hoje se assemelha a uma máfia", diz Joaquim de Carvalho

"Parece uma máfia mesmo", disse o jornalista sobre o escândalo da decisão do pai do sócio do ex-juiz suspeito e senador, Sergio Moro, que mandou prender Tacla Duran

Joaquim de Carvalho, Sérgio Moro e Rodrigo Tacla Duran (Foto: Brasil247 | ABR | Reprodução)

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247 - O jornalista Joaquim de Carvalho observou que o escândalo da ordem de prisão expedida na terça-feira (11) pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) Marcelo Malucelli contra o advogado Rodrigo Tacla Duran, que denunciou o senador e ex-juiz suspeito, Sergio Moro (União Brasil-PR), e o deputado e ex-chefe da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), se assemelha a um "caso de máfia". 

“Parece uma máfia mesmo, até tem as relações de casamento, começa a ter essas relações de namoro, relações pessoais que se misturam com negócios”, disse o jornalista durante participação no Bom Dia 247 desta sexta-feira (14).

A observação do jornalista está ligada ao fato de Malucelli, recém-nomeado para o TRF-4, ser pai do advogado João Eduardo Malucelli, sócio de Moro em um escritório de advocacia. João Eduardo integra a Wolff & Moro Sociedade de Advogados e namora Júlia Wolff Moro, de 22 anos, filha mais velha do ex-juiz suspeito. Ao saber da decisão de Malucelli, Tacla Duran cancelou a viagem que faria ao Brasil para ser ouvido em um processo da 13ª Vara Federal, em Curitiba. Ele também falaria à Polícia Federal no âmbito do que apura a suposta extorsão que alega ter sofrido da Força Tarefa da Operação Lava Jato. 

“O que o Tacla Duran vai denunciar é essa indústria da delação premiada, corrupção na Lava Jato. Para inibir o Tacla Duran, para ele não vir, é decretada a prisão. A prisão vai ter uma decisão técnica, porque ele [juiz federal Marcelo Malucelli] aparentemente está violando uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que deu um salvo-conduto. Então o que vai acontecer? Eles falaram ‘vamos decretar a prisão porque aí o Tacla Duran fica com medo e não vem’”, disse Joaquim. 

>>> Desembargador que mandou prender Tacla Duran é pai do sócio de Moro

“Para vir, o Tacla Duran está pedindo proteção. Ele está sendo coagido, ele denunciou a coação. Ele está sendo coagido pelo Vinícius Borin, que trabalhava também na Odebrecht. Foi o Vinícius Borin que fez uma das primeiras delações, lá atrás, e foi quem colocou o nome do Tacla Duran. Por conta disso, o Tacla Duran começou a ser investigado. Segundo Vinicius Borin, os dois atuavam no chamado ‘banco da Odebrecht’, no ‘banco da propina’, é o que diziam. Então esse Vinícius, que aparentemente já trabalhou com o Tacla no passado, está querendo entrar dentro do processo. O que o Tacla está falando? Eu sou testemunha protegida, o que eles estão querendo é me coagir para que eu não fale nada. É isso que ele está dizendo para o juiz [Eduardo] Appio [da 13ª Vara Federal de Curitiba]”, emendou o jornalista. 

Ainda segundo ele, “também tentando entrar no processo [está] o Carlos Zucolotto Júnior, que foi advogado do Tacla Duran e é o padrinho de casamento de Sergio Moro com Rosângela Moro] e é aparentemente o operador do Sergio Moro, operador em cartas sindicais - que é um esquema que eles têm lá em Curitiba, que diz respeito àquele áudio cujo um trechinho o Tacla Duran exibiu durante aquela audiência com o juiz Appio. Então o Zucolotto também quer entrar”.

“E por que tudo isso? Segundo o Tacla, porque querem coagi-lo. Ele quer contar tudo que sabe, quer mostrar que na verdade aquela turma funciona como uma gangue de Curitiba. Hoje aquela turma está se movimentando, e com poderes, com poderes de decretar a prisão, que foi o que aconteceu com o Malucelli. É de fato indício de uma organização criminosa, que atuou em outros momentos”, ressaltou. 

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