Operador do PSDB, Paulo Preto é acusado de pedir propina para 'qualificar' empreiteira a disputar licitação
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, o empreiteiro Fernando Cavendish disse ter pago R$ 8 milhões para se qualificar para participar das licitações das obras de ampliação da marginal Tietê, em 2009
247 - O empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, afirmou nesta quarta-feira, 31, em depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, que o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto e apontado como operador de propinas nos governos do PSDB paulista, cobrou propina antes do início das licitações das obras de ampliação da marginal Tietê, em 2009.
Ele disse ao juiz Marcelo Bretas que o pagamento era condição para permitir que as empresas participassem das licitações no estado, à época comandada por José Serra (PSDB).
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o dono da Delta afirmou que pagou R$ 8 milhões para se qualificar para participar das licitações. Ele afirmou ter pagou mais R$ 20 milhões após vencer a disputa para um dos lotes da marginal Tietê, em consórcio com a Sobrenco —empresa não mencionada no depoimento.
A obra envolveu a criação de uma nova pista na marginal, ao longo de 22 km e ao custo de R$ 1,75 bilhão —o contrato da Delta se referia a um lote de R$ 360 milhões. A decisão de fazê-la foi controversa: especialistas questionavam a necessidade de uma intervenção desse porte voltada principalmente a usuários de automóvel.
“Haveria um pacote de obras em vários segmentos rodoviários. Nesse cenário haveria um acordo, capitaneado por Paulo Preto, que iria conduzir e determinar como seria dividido a participação das empresas que ele iria selecionar. Um acordo muito antes da licitação", disse Cavendish.
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