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Pacheco isola bolsonaristas no Senado e entrega comissões apenas a aliados

Reconduzido, Davi Alcolumbre (União-AP) estará à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa

Rodrigo Pacheco (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

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Agenda do Poder - O Senado elegeu nesta quarta-feira 13 presidentes de comissões permanentes da Casa, em processo que ficou marcado pela exclusão de oposicionistas nos comandados dos colegiados. Em movimento articulado pelos aliados de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), PP, PL, Republicanos e Novo, que formam um bloco, ficaram sem nenhuma presidência. O movimento foi visto como uma retaliação pela postulação de Rogério Marinho (PL-RN) — em fevereiro, o parlamentar foi derrotado por Pacheco na eleição para a presidência do Senado.

Reconduzido, Davi Alcolumbre (União-AP) estará à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa. Ele terá o desafio, além de apaziguar a relação com os adversários, de formar consensos em relação à nova âncora fiscal e a reforma tributária. No mesmo colegiado, entre os integrantes estará o senador Sergio Moro (PR), indicado pelo União Brasil.

>>> Comissões do Senado definem presidentes. Confira

— Se a gente buscar um diálogo e um entendimento, a gente vai consegui fazer a comissão funcionar, mas atender a agenda deles também — disse Alcolumbre.

Durante a tarde desta quarta-feira, os senadores só não elegeram a presidência da Comissão Senado do Futuro, que teria a missão de promover discussões sobre grandes temas e as perspectivas de futuro do país, mas será rebatizada para virar um grupo de defesa da democracia. A indicada deve ser a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Quando as eleições foram iniciadas, a oposição fez questão de demonstrar contrariedade com a decisão da maioria de excluir os oposicionistas, que formaram um bloco de 23 senadores.

Em todas as eleições, os adversários de Pacheco orientaram pela abstenção, com a justificativa de que não havia concordância com a forma de escolha. Eles argumentam que o presidente do Senado e aliados desrespeitaram a regra da proporcionalidade. Já os vencedores afirmam que a proporcionalidade não foi seguida na disputa pela presidência do Senado — o PSD possui a maior bancada, com 16 senadores. Por isso, não havia acordo para liberar espaço aos oposicionistas no comando de comissões.

— Hoje o nosso bloco é o terceiro maior bloco, o que garantiria o direito a quatro comissões. Como representante do bloco, informo que vamos nos abster de votar por entender que ela não está respeitando a proporcionalidade — discursou a líder do bloco de oposição, Tereza Cristina.

O posicionamento foi dado logo na primeira escolha do dia: a Comissão de Meio Ambiente. Leila Barros (PDT-DF) foi eleita presidente do colegiado.

Durante a escolha do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), Rogério Marinho fez o mesmo.

— O nosso bloco, representado 23 senadores, seguramente uma parcela expressiva desse colegiado, se vê impedido de participar da presidência das comissões temáticas permanentes. Nós achamos inaceitável, é uma discriminação evidente e isso certamente altera o equilíbrio e a relação saudável necessária que precisa haver dentro da instituição — protestou.

Ontem, o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (BA), assim como outros parlamentares do PT, chegaram a defender reservadamente a concessão de um colegiado aos adversários. A intenção, ao fazer o aceno, seria evitar a “radicalização” dos opositores. Mas não houve clima político para a flexibilização. As informações são do O Globo.

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