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Para evitar desgaste, cúpula do Exército espera denúncia contra Mauro Cid até abril para evitar promoção a coronel

Possibilidade de promoção de ex-braço direito de Bolsonaro tem gerado apreensão, especialmente entre militares próximos do comandante da instituição, general Tomás Paiva

Mauro Cid (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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247 - A cúpula do Exército brasileiro espera que o Ministério Público Federal (MPF) apresente denúncia contra o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) antes do mês de abril. 

Segundo generais da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) ouvidos pela Folha de S. Paulo, o prazo é tido como fundamental, uma vez que a turma de Cid, na qual ele ocupa posição de destaque, tem prevista a disputa pela promoção para coronel no dia 30 daquele mês. A possibilidade de promoção de Cid tem gerado apreensão no Exército, especialmente entre militares próximos do comandante da instituição, general Tomás Paiva. 

Segundo as regras em vigor, caso Mauro Cid se torne réu na Justiça, ele poderia ser impedido de concorrer à promoção. No entanto, o tenente-coronel não se enquadra em nenhuma das situações que normalmente levariam à paralisação da carreira militar. Ele está entre os primeiros colocados de sua turma e é um dos favoritos para receber a promoção. Cid, que ficou quatro meses preso no ano passado, é investigado em diversas apurações relacionadas a Bolsonaro.

Entre as investigações, destacam-se a organização de uma live em que Bolsonaro atacou o sistema eleitoral, suspeitas envolvendo a gestão de recursos da família do ex-mandatário, a venda de joias sauditas que deveriam ter sido incorporadas ao Patrimônio da União, mas que Bolsonaro tentou se apropriar, e a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19  para ingresso nos Estados Unidos. Além disso, a Polícia Federal está investigando um possível planejamento de golpe de Estado por parte de apoiadores de Bolsonaro após a eleição de Lula em 2022. O militar está sem função no Exército desde setembro, quando foi solto por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), após fechar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal (PF). 

Formado na Aman em 2000 com a terceira melhor nota da turma, Mauro Cid é considerado um dos principais candidatos à promoção em abril. Caso não se torne réu até lá, acreditam seus colegas de turma, somente notas desfavoráveis concedidas pela Comissão de Promoção de Oficiais poderiam impedir sua progressão na carreira. O processo para a promoção a coronel teve início em novembro, com a disponibilização do RIProm (Relatório de Impedimentos de Promoções), documento que mostra quem está impedido ou habilitado a concorrer à promoção. 

Segundo a reportagem, o RIProm de Cid não apontou impedimento e o “tenente-coronel está habilitado para concorrer à promoção e já assinou e enviou os documentos necessários ao órgão responsável por analisá-los”. Atualmente, a fase em andamento é a de atualização da base de dados de pessoal. O Centro de Comunicação Social do Exército informou que ainda não foi dado início ao posicionamento para as promoções que ocorrerão em 30 de abril de 2024.

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