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Paulo Moreira Leite defende a saída imediata de Campos Neto: "queremos o Banco Central de volta"

Durante participação no Boa Noite 247, o jornalista defendeu a ofensiva pela demissão do presidente do BC. "É uma evidência da sociedade", afirmou

Roberto Campos Neto e Paulo Moreira Leite (Foto: ABr | Brasil 247)

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247 - O jornalista Paulo Moreira Leite, comentarista da TV 247, defendeu nesta quinta-feira (22) a ofensiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após a manutenção da taxa básica de juros em 13,75%, contrariando posições até do mercado financeiro. Durante participação no Boa Noite 247, Moreira Leite disse que Campos Neto exerce um poder paralelo dentro do governo Lula.

“Está na hora de Lula começar a trabalhar para tirar Campos Neto do Banco Central. Devolva o Banco Central ao país, queremos o Banco Central de volta. É uma evidência da sociedade. Os empresários estão vendo isso, a sociedade brasileira que quer investir no país está vendo isso. Quem não está vendo isso é a turma do cassino. Ela é economicamente poderosa, mas é socialmente insignificante. Ela não tem votos para sustentar uma política destas”, afirmou o jornalista. 

O presidente Lula fez duras críticas à decisão do Banco Central em manter a taxa Selic em 13,75%. Lula, que está em Paris, onde participou e discursou no evento "Power Our Planet", ressaltou que a manutenção de uma taxa de juros tão elevada em um momento em que a inflação está controlada impede a retomada do crescimento e prejudica diretamente os esforços para promover um desenvolvimento mais inclusivo no país. "Quem está brigando hoje com o Banco Central é a sociedade brasileira. Os varejistas, os pequenos e médios empreendedores, as pessoas que precisam de crédito. É irracional o que está acontecendo no Brasil. Temos 72% de brasileiros e brasileiras com dívidas, e esse é um problema da sociedade brasileira", disse o presidente.

Nesta quinta-feira (22) o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou no Conselho Monetário Nacional (CMN) uma denúncia contra Roberto Campos Neto. Lindbergh acusa Campos Neto de descumprimento dos objetivos do Banco Central e pede que o CMN avalie a possibilidade de pedir ao Senado Federal a exoneração do presidente do BC, indicado por Jair Bolsonaro.

"Caldo engrossou"

A jornalista Helena Chagas, comentarista da TV 247, avaliou nesta quinta-feira (22) que o cenário político no Senado já não é mais favorável à manutenção de Roberto Campos Neto, após a decisão intransigente do Banco Central em manter a taxa de juros em 13,75%. “O caldo engrossou. Se, há meses, seria impensável que o Senado aprovasse a demissão do presidente do BC a pedido de Lula, agora a hipótese não é tão distante assim. Campos Neto está isolado e é alvo de críticas também de empresários e outros setores”, afirmou Helena. 

Para a jornalista, o placar de 58 votos da aprovação de Cristiano Zanin para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (21), foi “revelador” da afinidade entre a Casa e o Planalto. “Se hoje pode não haver 41 votos para defenestrá-lo, sua demissão pode ser articulada com os senadores se nada acontecer com os juros até agosto. A independência do Banco Central, um instituto que dificilmente seria questionado no Congresso que o aprovou, também entra numa zona de risco quando cresce a impressão de que Campos Neto, bolsonarista, estaria agindo politicamente”, acrescentou. 

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