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Pivô do caso das joias, Bento Albuquerque tem trânsito no Ministério de Minas e Energia de Alexandre Silveira

Ex-ministro tentou liberar junto à Receita a propina em joias enviada pela Arábia Saudita a Michelle e Bolsonaro. Hoje, ele é uma espécie de conselheiro de Silveira

Bento Albuquerque e Alexandre Silveira (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil | Reprodução/Twitter | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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247 - Pivô do caso das joias que o governo Bolsonaro tentou trazer escondidas ao Brasil, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque é ainda “uma espécie de eminência parda” da pasta, hoje administrada por Alexandre Silveira (PSD), conta Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Foi um ex-assessor de Albuquerque que trouxe na mala o suposto "presente" da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, após viagem ao Oriente Médio com a comitiva do governo Jair Bolsonaro, em outubro de 2021. 

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Depois de a Receita Federal reter as joias no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi Albuquerque quem foi até à área da alfândega e tentou usar o cargo para liberar os diamantes.

Apesar de ter deixado o governo, Albuquerque ainda atua no Ministério de Minas e Energia. Ele tem canal direto com Alexandre Silveira - atual titular da pasta - e chegou a indicar alguns antigos subordinados para a equipe do novo ministro, como Bruno Eustáquio e Marisete Pereira.

“Assim que assumiu a pasta, Silveira tentou nomear Eustáquio para ser o secretário-executivo, ou o seu 02. Ele, porém, foi vetado pela Casa Civil, que encontrou uma curtida sua na postagem de um vídeo em que o ex-ministro da Infraestrutura Marcelo Sampaio cantava um jingle de campanha de Bolsonaro. Depois disso, Silveira cogitou apresentar o nome de Marisete para o posto, mas depois das primeiras sondagens recebeu um recado de que não adiantava nem tentar. Isso porque no Planalto a ex-secretária é vista como a ‘mãe da privatização da Eletrobras’, que Lula até hoje não engoliu. A questão é que, ao invés de escolher outra pessoa para ser o seu 02, Silveira continuou insistindo em Eustáquio, o que o Planalto não admite. O resultado é que o ministério está até hoje sem secretário-executivo”, detalha a reportagem.

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Apesar dos vetos do Planalto, Eustáquio e Marisete Pereira atuam informalmente hoje no ministério, participando de reuniões e conversas com autoridades.

Além disso, secretários da pasta - Thiago Barral, de Transição Energética, Gentil Nogueira (Energia Elétrica) e Pietro Mendes (Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) - ou já trabalharam para Albuquerque ou são ao menos ligados a ele.

O entorno do presidente avalia que Silveira "terceirizou" o ministério para Albuquerque: "Alexandre não montou equipe, acabou cercado pela equipe do governo anterior. Parece que hoje ele é dirigido por essa turma".

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O ministro Alexandre Silveira negou que Bento Albuquerque exerça influência em sua pasta: "o DNA do ministério é o DNA do governo Lula. Estamos buscando preencher os espaços com os melhores técnicos e com pleno alinhamento com o presidente. Estamos certos de que teremos bons resultados". 

Em relação ao caso das joias, Silveira afirmou que o episódio não guarda relação com o ministério e disse esperar que tudo seja investigado.

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