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Prefeito diz que pastor do gabinete paralelo do MEC pediu propina em Bíblias para liberar recursos

"Seria uma venda casada", disse o prefeito de Bonfinópolis, Kelton Pinheiro, sobre pedido de propina do pastor Arilton Moura, do "gabinete paralelo" do MEC

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, com o pastor Arilton Moura em 30/11/2021 (Foto: Foto: Luis Fortes/MEC)

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247 - Dois prefeitos que tiveram audiências com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, relataram que o pastor Arilton Moura, suspeito de fazer lobby, teria solicitado propina para ajudá-los a conseguir destravar recursos da pasta para a construção de escolas nos municípios que administram. A informação é do jornal O Globo.

Segundo reportagem, os prefeitos Kelton Pinheiro, de Bonfinópolis (GO), e José Manoel de Souza, de Boa Esperança do Sul (SP), relataram os pedidos que variaram de R$ 15 mil a R$ 40 mil, além da compra de Bíblias.

Arilton Moura é assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, organização presidida pelo também pastor Gilmar Silva dos Santos.

Ambos são apontados como integrantes do "gabinete paralelo" do MEC, intermediando reuniões com gestores municipais e indicando aqueles que teriam a liberação de recursos da pasta.

Em áudio revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que por solicitação de Bolsonar o governo prioriza prefeituras assessoradas pelos dois pastores.

De acordo com o prefeito de Bonfinópolis (GO), Kelton Pinheiro, ele esteve em reunião no MEC, em Brasília, com Ribeiro e outros 15 gestores municipais no dia 11 de março de 2021. O encontro consta da agenda oficial do governo. 

No encontro, os dois pastores chamaram os prefeitos para um almoço e no restaurante, Arilton Moura sentou-se na mesa de Kelton Pinheiro e questionou se ele teria algum pedido de melhorias para a sua cidade. Ao ouvir que a cidade precisava de mais uma escola, segundo o prefeito, o pastor teria solicitado dinheiro para ajudá-lo na empreitada junto ao MEC.

"(Moura) Disse que eu teria que dar R$ 15 mil para ele naquele dia para ele poder fazer a indicação. (Ele disse) 'Transfere para minha conta, é hoje (...) No Brasil as coisas funcionam assim'", contu Kelton.

Segundo o prefeito de Bonfinópolis, em determinado momento, Arilton Moura pediu que fosse dada "uma oferta para a Igreja, comprasse as bíblias para ajudar na construção da Igreja".

"Seria uma venda casada. Eu teria que comprar essas bíblias, porque ele estava em campanha para arrecadar dinheiro para a construção da igreja".

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