Procurador entra com recurso contra absolvição de Aécio no caso de propina de Joesley
A Procuradoria Regional em São Paulo afirma que Aécio Neves não explicou motivo de receber R$ 2 milhões de Joesley Batista, do grupo J&F, em dinheiro
247 - A Procuradoria Regional da República em São Paulo emitiu um parecer declarando que o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, deixou claro, em depoimento, que os R$ 2 milhões repassados em dinheiro ao deputado federal Aécio Neves (PSDB) eram propina, informou o portal R7.
Documento foi assinado no último dia 16 de agosto pelo procurador Marcos José Gomes Corrêa e é um recurso contra a absolvição de Aécio e outras três pessoas pelo crime de corrupção passiva no caso das malas de dinheiro.
Aécio e sua irmã, Andrea Neves, "não souberam explicar em seus interrogatórios o motivo de o suposto empréstimo ou o alegado adiantamento de compra de imóvel não ter sido formalizado por meio de contrato ou pago por vias convencionais e mais seguras, como transferência bancária, muito embora ambos tenham definido suas respectivas relações com Joesley Batista como superficiais e esporádicas. Limitaram-se em seus interrogatórios a lamentar que à época não cogitaram formalizar a transação, em relato de inverossímil ingenuidade", diz parecer.
O parecer cita também depoimento de Joesley, afirmando que os valores foram entregues em espécie e sem formalização de qualquer contrato, pois “os métodos anteriores de pagamento a políticos, a exemplo de uso de notas frias de prestação de serviços de advocacia, estavam ‘dando problema’”.
Segundo Corrêa, Joesley deixou "claro que se tratava de propina" e "fica evidente que os R$ 2 milhões não são empréstimo, tampouco adiantamento da compra de apartamento".
"Era esperada contrapartida por parte de Aécio Neves da Cunha em razão de uma expectativa de poder, lamentando ao final de sua fala que muitas das contrapartidas combinadas não chegavam a se concretizar por falta de empenho dos políticos corrompidos", lembra o parecer, citando depoimento de Ricardo Saud, ex-executivo da J&F.
“Assim, na verdade, doutor, era mais uma expectativa de poder, né, era uma eleição presidencial muito difícil, muito disputada, nós acompanhávamos diuturnamente com pesquisas, com tudo, pelos investimentos que estávamos fazendo, e naquele momento seria muito importante apoiar também ele pela expectativa de poder muito grande que tinha", afirmou Saud em depoimento.
O recurso da Procuradoria Regional será julgado pela 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Em março deste ano, o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal de São Paulo, absolveu Aécio, Andrea, o ex-assessor do ex-senador Zezé Perrella, Mendherson Lima, e o ex-diretor da Cemig, Frederico Pacheco, primo do tucano.
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