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    Roberto Romano compara Bolsonaro a Costa e Silva: enquanto gargalhávamos, ele criava o AI-5

    Professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano faz uma comparação, em entrevista à TV 247, entre o presidente Jair Bolsonaro e o general Costa e Silva, presidente da ditadura militar autor do ato mais duro do regime, que autorizou o fechamento do Congresso, e disse que os discursos absurdos do governo são um anúncio do país que se pretende construir; assista

    Roberto Romano compara Bolsonaro a Costa e Silva: enquanto gargalhávamos, ele criava o AI-5

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    247 - O professor de Ética e Filosofia da Unicamp Roberto Romano afirmou, em entrevista à TV 247, que é preciso ficar atento aos discursos do presidente Jair Bolsonaro e seu grupo porque são um anúncio do objetivo do governo. Ele ainda comentou sobre o padrão ético do presidente.

    "Eu não menosprezo os ideológicos desse governo. Quando a dona Damares [ministra dos Direitos Humanos] fala contra as mulheres no sentido de autonomia, quando o chanceler fala que evidentemente os nossos interesses são imediatamente do império americano, quando o ministro da Educação diz que a universidade é para a elite e não para gente pobre, isso é um anúncio do que vai ser feito", analisa.

    Ele comparou Bolsonaro ao general Costa e Silva, segundo presidente da ditadura militar, em relação às piadas que eram feitas sobre o então presidente enquanto ele ensaiava a medida mais dura da ditadura militar, o Ato Inconstitucional Nº Cinco (AI-5), que autorizou o fechamento do Congresso.

    "Quando nós gargalhávamos com as piadas sobre o Costa e Silva, nós estávamos gargalhando e ele estava fazendo o Ato Inconstitucional número 5. Eu não vejo graça nenhuma [nos discursos do governo] e vejo como uma ameaça a todas as conquistas e direitos humanos que nós levamos antes, durante e depois da Ditadura de 1964", diz.

    Sobre o padrão ético do presidente, o professor afirma que ele não é diferente da classe média brasileira e que o presidente prega um discurso de valores, mas age de maneira contrária. "No caso do atual presidente da República ele não discrepa de boa parte da sociedade, sobretudo da classe média brasileira. Esse setor da sociedade tem uma visão dúplice de si mesmo, ele se imagina maravilhoso enquanto ele é extremamente frágil do ponto de vista de valores, e o presidente não discrepa".

    Roberto Romano também comentou sobre os excessos da Operação Lava Jato. "No caso da Lava Jato, eu acho que foi uma extensão monstruosa dessa tentação de poder. Há um clamor da sociedade no seu todo em relação à corrupção, legitimando essa resposta deles ao clamor. Eles se propõem a ser uma espécie de tutores da República".

    O professor também teme as ações da Lava Jato em relação às universidades. "Por que eu temo ainda mais a questão da Lava Jato das universidades? Porque nós temos precedentes de abuso de poder do Ministério Público e da Polícia Federal no caso do reitor da Universidade de Santa Catarina e da invasão do campus da Universidade Federal de Minas Gerais, na qual policiais prenderam o reitor e o humilharam publicamente", lembrou, em referência a Luiz Carlos Cancellier, que se suicidou após ter sido alvo, sem provas, de uma operação policial, chegando a ser preso e humilhado.

    Sobre a relação do presidente com a imprensa, Roberto Romano afirmou que Bolsonaro enaltece os órgãos aliados a ele, como Record e SBT, e que considera a Rede Globo como grande inimiga por toda sua força e poder.

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