Suspeito do caso Porta dos Fundos orientou grupo que contestava vitória de Lula a preparar bomba caseira, diz relatório do GSI
Nome do economista Eduardo Fauzi aparece em um relatório do GSI da Presidência da República como responsável por orientar um “grupo extremista violento”
247 - Apontado como o principal suspeito do ataque à sede da produtora Porta dos Fundos em 2019, o nome do economista Eduardo Fauzi aparece em um relatório do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República como responsável por orientar um “grupo extremista violento” a montar bombas incendiárias do tipo coquetel Molotov.
Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, as mensagens interceptadas no Telegram indicam que os artefatos explosivos seriam arremessados acompanhados por um grito específico, "Faz o L", em referência à vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ainda conforme a reportagem, as mensagens foram encontradas em um grupo denominado "Falange da Ordem Nacional", surgido em outubro de 2022, durante as eleições presidenciais. Aproveitando os protestos após o segundo turno, que contestavam a vitória de Lula, os organizadores recrutaram novos membros e fortaleceram o grupo.
Em uma das mensagens, um membro identificado como "Tenente Lisboa" compartilhou instruções sobre como montar um coquetel Molotov, com destaque para os ingredientes necessários. Eduardo Fauzi interagiu, afirmando que a rolha não era necessária, pois o pano já vedava o líquido o suficiente para permitir a explosão.
“O criador da página, que citou o ‘Faz o L’, replica: ‘seu conhecimento é interessante, meu honorável camarada.Fauzi responde: ‘qualquer coisa a consultoria é gratuita’”, destaca o documento do GSI, de acordo com a reportagem.
O relatório de inteligência, sob posse do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República,também alerta que o grupo extremista estaria se organizando “para formar uma unidade paramilitar com a finalidade de atentar contra indivíduos e instituições percebidas como inimigos”.
A investigação foi enviada ao GSI pouco antes da posse de Lula em janeiro deste ano, como parte do mapeamento de possíveis ameaças ao presidente eleito. Apesar das preocupações, a posse ocorreu com a maior estrutura de segurança da história das redemocratizações no Brasil, e nenhum ataque com coquetel Molotov foi registrado.
O grupo "Falange da Ordem Nacional" estabeleceu requisitos rigorosos para a admissão de membros, incluindo a necessidade de ter um corpo adaptado às dificuldades físicas, ser nacionalista ou seguir a "terceira posição" política, contrária tanto ao comunismo quanto ao capitalismo. A "Falange" também instruiu seus seguidores a usar força física e intelectual para combater o socialismo, referindo-se aos membros e simpatizantes do PT como "filhos de Satanás".
Eduardo Fauzi, que assumiu a autoria do atentado à sede do Porta dos Fundos em 2019, passou dois anos preso, parte desse tempo na Rússia. No entanto, em setembro do ano passado, foi libertado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, alegando ter feito uma "falsa confissão" para despistar as autoridades.
O atentado ocorreu após o lançamento de um filme da produtora que retratou Jesus como homossexual, mas o caso permanece sem desfecho na Justiça.
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