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    Tony Garcia acusa Moro de usá-lo para grampear e investigar desembargadores, juízes e ministros do STJ

    Empresário Tony Garcia entregou ao STF documentos relacionados a seu acordo de delação com as 'tarefas' que teriam sido encomendadas pelo ex-juiz suspeito

    Tony Garcia e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/TV 247 | Agência Brasil)

    247 - Documentos até então mantidos em sigilo na 13ª vara de Curitiba revelam que o ex-juiz suspeito e senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) esteve envolvido em um acordo de colaboração premiada que tinha como objetivo grampear, monitorar e coletar provas contra colegas da magistratura paranaense que possuíam foro privilegiado e, portanto, estavam além de sua jurisdição como juiz federal. A informação é da jornalista e apresentadora da GloboNews Daniela Lima em sua coluna no G1. 

    O acordo com o delator, Tony Garcia, um ex-deputado estadual e empresário, foi firmado em dezembro de 2004 e foi pessoalmente supervisionado, verificado e acompanhado por Moro ao longo dos anos. “O documento, agora enviado pelo delator ao Supremo Tribunal Federal, mostra que a colaboração previa, entre outras coisas, que o réu usasse escutas ambientais em encontros e conversas com políticos e juristas para obter informações sobre desembargadores do Paraná e ministros do Superior Tribunal de Justiça”, destaca a reportagem. >>> Investigação contra Sergio Moro pode ter quebra de sigilos e busca e apreensão 

    Além disso, o acordo inclui uma cláusula que se destina principalmente, ou unicamente, a Moro, afirmando que ele próprio foi alvo de grampo ilegal. Nesse sentido, Moro determinou que Tony recuperasse o grampo e o entregasse à 13ª vara para as devidas providências, atribuindo a responsabilidade por essa escuta ilegal a um advogado chamado Bertoldo, figura central nas 30 tarefas designadas a Garcia. >>> Relatório do CNJ aponta desvios de Moro e da Lava Jato na gestão dos recursos arrecadados na operação

    Tony Garcia só teve acesso formal aos termos que definiam sua atuação como informante de Moro recentemente, quando o juiz Eduardo Appio, assumiu a 13ª vara e removeu o sigilo que havia perdurado por quase duas décadas. No processo, agora encaminhado ao Supremo com o intuito de anular todos os efeitos das ações de Moro contra Tony, “há registros até de conversas telefônicas do ex-juiz com o réu, cobrando a entrega das tarefas que tinham sido estabelecidas no trato legal. Os autos mostram que 30 missões foram delegadas ao delator como condição para a colaboração com o Ministério Público Federal, assinada por Moro”. >>> Moro culpa Lula por decisão do CNJ e é enquadrado por Tony Garcia

    Agora, ele busca anular o acordo e todas as informações coletadas por ele, acusando o ex-juiz de atuação parcial. O caso está sob a análise do ministro Dias Toffoli, que recebeu anexados todos os registros do MPF, da PF e da 13ª vara relacionados à colaboração de Tony com Moro ao longo dos anos no Paraná. >>> 'Moro e Dallagnol integraram uma organização criminosa para perseguir inimigos políticos', diz Tony Garcia após decisão do STF 

    Moro nega que tenha cometido irregularidades e afirma que Tony é um criminoso condenado. Ainda segundo ele, as gravações não envolvem pessoas com foro privilegiado.

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