“Vem observar o quê?”, ironiza Bolsonaro sobre missão da OEA para acompanhar eleições
Bolsonaro recebeu representantes da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) de observação das eleições brasileiras
247 com Reuters - Jair Bolsonaro (PL) reagiu com ironia e deboche à chegada da Missão de Observação Eleitoral que a Organização dos Estados Americanos (OEA) fará no Brasil.
Em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada antes de receber o ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramírez Lezcano, Bolsonaro perguntou às pessoas “o que ele observaria” no Brasil.
“Eu vou estar agora com o chefe dos observadores [da Missão de Observação Eleitoral], que vai observar as eleições. Vou perguntar pra ele: ‘Vem observar o quê?'”, disse Bolsonaro, em tom de ironia. Alguns minutos após a fala, o presidente se encontrou com a comitiva da Organização dos Estados Americanos (OEA), no Palácio do Planalto.
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Após o encontro com Bolsonaro, o chefe da missão da OEA, Rubén Ramirez Lezcano, disse em entrevista que a reunião foi "muito cordial" e que a missão vai colher depoimentos dos diferentes candidatos para divulgar posteriormente um relatório sobre o processo eleitoral.
"A nossa missão é absolutamente de observação, no respeito da institucionalidade do Brasil, promovendo a participação dos cidadãos brasileiros ao voto", destacou Lezcano.
Segundo o chefe da missão da OEA, desde a sexta-feira passada um equipe com 55 pessoas chegou ao país e tem avaliado diversos aspectos do processo de votação brasileiro, como a infraestrutura das eleições e a participação de etnias.
Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto, Bolsonaro tem lançado dúvidas sem fundamento sobre o sistema de votação por meio das urnas eletrônicas e chegou a ameaçar não aceitar uma eventual derrota.
Bolsonaro criticou a presença de observadores internacionais nas eleições brasileiras, ironizando o fato de que eles iriam dar ares de legalidade ao pleito.
Em meio a essas contestações, o TSE convidou um número recorde de observadores para acompanhar o processo eleitoral. Contudo, em maio o tribunal teve de retirar o convite feito para que representantes da União Europeia acompanhassem como observadores as eleições de outubro, após reclamações do governo Bolsonaro sobre a presença desse tipo de missão diplomática durante as eleições.
O convite do TSE para uma missão da União Europeia foi revelado pela Reuters em abril. A missão da OEA é a de maior peso político a acompanhar as eleições brasileiras.
REUNIÕES
O presidente do TSE terá uma série de encontros na reta final das eleições. Ele vai se reunir por videoconferência nesta segunda no início da noite com a Comissão e Observatório de Transparência das Eleições (CTE e OTE), em que entidades como o TCU, as Forças Armadas e a Polícia Federal apresentaram sugestões de aprimoramento do processo eleitoral.
Na terça, Moraes reúne-se com presidentes de centrais sindicais, e com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro.
Na quarta pela manhã, está agendada a visita dos candidatos a presidente da República e órgãos de fiscalização do pleito à sala de totalização dos votos. Bolsonaro --que ainda não confirmou se vai-- já disse falsamente que a apuração dos votos por urnas eletrônicas é feita em um suposta sala secreta, sem acompanhamento público.
Na quinta também pela manhã, o presidente do TSE vai participar da abertura de um evento com observadores internacionais em um hotel em Brasília.
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