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Projétil atinge quarto de hotel com hóspede dentro durante os atos terroristas bolsonaristas em Brasília

Tiro atravessou o vidro e atingiu parede da acomodação do Grand Mercure Eixo enquanto hóspede dormia, apurou o InfoMoney

Projétil atinge quarto do hotel Grand Mercure em Brasília, com hóspede dentro, durante protestos bolsonaristas em 12/12/2022 (Foto: Reprodução/Infomoney | ABr)

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Lucas Sampaio, Infomoney - Um projétil atingiu um quarto do hotel Grand Mercure Eixo, com um hóspede dentro, durante protestos bolsonaristas na noite de segunda-feira (12) em Brasília. A bala atravessou o vidro e atingiu a parede da acomodação enquanto uma pessoa dormia, apurou o InfoMoney.

A Accor, rede de hotéis dona da marca Grand Mercure, confirmou que a acomodação foi atingida “durante os eventos da última noite, na capital federal”, mas diz que o quarto estava desocupado “e nenhum cliente ficou ferido” (veja mais abaixo).

Após o caso, o braço da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) no Distrito Federal convocou uma reunião extraordinária para esta terça-feira (13), com os secretários de Segurança Pública e de Turismo do DF (Júlio Danilo Souza Ferreira e William Almeida, respectivamente).

A convocação é assinada pelo presidente da ABIH-DF, Henrique Severien, e foi feita “diante dos recentes atos de vandalismo promovidos por ocasião dos protestos que resultaram em clima de terror na noite de 12 de dezembro”. O encontro é no hotel alvejado.

‘Clima de terror’

Manifestantes que apoiam o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília na noite de ontem, após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante. Ela foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os atos começaram por volta das 22h e fecharam o Setor Hoteleiro Norte de Brasília (onde fica o hotel) e de parte do Eixo Monumental, segundo a Polícia Militar do DF.  Eles ocorreram próximo de onde o presidente eleito (e agora diplomado), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está hospedado, e de um shopping center de grande circulação da capital federal.

A PM diz que inicialmente a tentativa de invasão à sede da PF foi controlada por unidades que estavam no local, mas o protesto cresceu e bolsonaristas colocaram fogo em carros e ônibus. Por isso foram acionadas equipes táticas, o Batalhão de Choque e a equipe de operações especiais para tentar controlar a situação. Mas ninguém foi detido.

Quem responde aos questionamentos?

Procurada pelo InfoMoney, a Accor confirmou que a acomodação foi atingida, mas diz que ela estava desocupada no momento do tiro e que “está contribuindo com todas as autoridades durante as investigações”. “A acomodação atingida encontrava-se desocupada e nenhum cliente ficou ferido durante os eventos da última noite, na capital federal”.

A PF afirmou, ao ser questionada sobre a tentativa de invasão à sua sede em Brasília e sobre o projétil que atingiu o hotel, que “não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento”. A reportagem questionou também se os atos de vandalismo terão algum impacto no esquema de segurança da posse presidencial de Lula, marcada para 1º de janeiro de 2013. “Para informações sobre a posse presidencial, entre em contato com a SSP/DF e o GSI/PR”, afirmou a corporação.

O InfoMoney também havia questionado a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), com as mesmas perguntas feitas à PF, mas a pasta do governo distrital afirmou que a demanda deveria “ser direcionada para análise e atendimento da assessoria de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal”.

A reportagem procurou então a Polícia Civil do DF e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão ligado à Presidência da República (PR), além da ABIH-DF. A Polícia Civil afirmou que “a SSP é a fonte responsável pelas informações”, mas a secretaria, o GSI e a ABIH-DF não responderam até o momento.

‘Cacique Serere’

Após a prisão de José Acácio Serere Xavante, o STF divulgou que ele é acusado de “condutas ilícitas em atos antidemocráticos” e que sua prisão foi solicitada pela PGR, por 10 dias, para garantir a ordem pública.

Conhecido como “cacique Serere”, ele fez nos últimos dias “manifestações de cunho antidemocrático” em frente do Congresso Nacional, no Aeroporto de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde Lula está hospedado, segundo a decisão de Moraes.

Para a PGR, o cacique “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas” para cometer crimes, como ameaças de agressão ao presidente eleito e a ministros do STF.

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