Cientista da Fiocruz diz que recontagem vai revelar aumento do número de mortos por Covid-19
Para cientista da renomada instituição brasileira, recontar mortos de Covid-19 será tiro no pé do governo
247 - Um estudo da Fiocruz mostra que, só nas capitais que concentram os maiores registros de óbitos por Covid-19, o número de casos ocultos e não diagnosticados da doença pode ser explosivamente maior do que o daqueles confirmados.
"A declaração do Ministério da Saúde, de que pretende recontar as mortes e verificar se ocorreram mesmo por Covid-19, seguramente vai mostrar o contrário do que o governo [de Jair Bolsonaro] diz suspeitar [que os óbitos ocorreram por outras doenças]", afirma o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz de Manaus.
O número de vítimas pode ser muito maior do que o até agora computado, informa a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo.
Vai ser um tiro pela culatra porque os números mostram o contrário do que eles dizem pensar: há milhares de mortes respiratórias em que as pessoas foram enterradas sem o diagnóstico de Covid-19, porque não foram feitos os exames adequados", afirma ele.
O epidemiologista aponta vários problemas para a obtenção do diagnóstico de infeção pelo novo coronavírus no Brasil.
Em primeiro lugar, há o fato de o número de exames ter sido especialmente escasso, ainda mais no início da epidemia. Muitas pessoas foram enterradas sem passar por qualquer tipo de averiguação. Além disso, não é possível sequer dizer que doentes que tiveram diagnóstico negativo para Covid-19 não estavam de fato com a doença.
É provável, portanto, que muitos dos que tiveram a doença descartada tenham sido vítimas dela sem que ninguém até hoje soubesse, deixando-as de fora da contabilidade oficial.
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