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EMS responde acusações sobre cloroquina e diz que nunca comercializou 'kit Covid'

“A empresa sempre comercializou seus medicamentos para os fins previstos em bula, não tendo comercializado nenhum suposto kit relacionado à Covid”, diz nota. A farmacêutica também esclarece os números que estão sendo relacionados a um suposto lucro com a venda do medicamento

(Foto: divulgação)

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247 - A farmacêutica brasileira EMS publicou nota contra o chamado “kit Covid”, que prevê o uso de medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus, através do inexistente tratamento precoce.

A empresa esclareceu que “sempre comercializou seus medicamentos para os fins previstos em bula, não tendo comercializado nenhum suposto kit relacionado à Covid”, ressaltando que produz a hidroxicloroquina desde setembro de 2019.

“A EMS reforça que os dados espelham um cenário de mercado fortemente marcado pela pandemia de Covid-19, a partir de março de 2020, quando a primeira onda de coronavírus chegou com força à Europa e a cloroquina era estudada como um possível tratamento. Na época, houve uma forte procura espontânea pela hidroxicloroquina, o que impactou todo o setor farmacêutico no Brasil”, explica. 

“Assim, a empresa apoiou, com o fornecimento de hidroxicloroquina, dois dos principais estudos clínicos no país para verificar a eficácia e segurança do uso do medicamento contra a Covid, realizados pela Coalizão Covid-19 Brasil, envolvendo os principais hospitais e centros médicos do país, que apontaram a ineficácia do produto”, continua.

A farmacêutica EMS informou à CPI da Covid, no Senado, que faturou R$ 142 milhões com medicamentos do kit covid-19 em 2020, valor oito vezes maior em relação ao ano anterior. A soma com a venda de ivermectina, por exemplo, aumentou de R$ 2,2 milhões para R$ 71,1 milhões na pandemia.

O laboratório também produziu os remédios azitromicina, hidroxicloroquina e nitazoxanida. Esses medicamentos não têm eficácia comprovada para o tratamento de pessoas diagnosticadas com o coronavírus, mas foram defendidos por Jair Bolsonaro.

Os dados enviados à Comissão Parlamentar de Inquérito mostraram que a EMS produziu cerca de 9 vezes mais comprimidos das drogas do kit covid no primeiro ano da pandemia.

Leia a íntegra da nota da EMS:

Em relação ao noticiário a respeito das vendas de medicamentos do chamado “kit Covid”, a EMS esclarece que:

- A empresa sempre comercializou seus medicamentos para os fins previstos em bula, não tendo comercializado nenhum suposto kit relacionado à Covid. 

- A empresa produz a hidroxicloroquina desde setembro de 2019 e teve o primeiro registro de venda do produto em novembro, sendo que, até dezembro daquele ano, faturou pouco mais de R$ 1 milhão, não cabendo, portanto, a comparação com a comercialização durante todo o ano de 2020. No ano passado, as vendas de hidroxicloroquina representaram 0,2% do faturamento total da empresa e 11,6% do mercado total desse medicamento.

- Em 2020, a EMS produziu 4.494.141 caixas de Azitromicina, sendo que boa parte foi doada para a OMS (Organização Mundial da Saúde), para o projeto da entidade, em parceria com a EMS, de erradicar a Bouba, doença de pele crônica e debilitante que acomete principalmente crianças em 15 países pelo mundo. A EMS é a fornecedora exclusiva da azitromicina para a OMS graças a uma parceria firmada em 2017. A empresa é responsável pelas vendas de 6,2% do medicamento no Brasil. 

- A EMS produziu, em 2020, 12.053.667 caixas da Ivermectina, um vermífugo, e detém 14,2% do mercado total do produto. 

- Em 2020, a EMS produziu 351.195 caixas da Nitazoxanida, que é um antiparasitário. A empresa detém 0,7% da venda total do medicamento no país. 

A EMS reforça que os dados espelham um cenário de mercado fortemente marcado pela pandemia de Covid-19, a partir de março de 2020, quando a primeira onda de coronavírus chegou com força à Europa e a cloroquina era estudada como um possível tratamento. Na época, houve uma forte procura espontânea pela hidroxicloroquina, o que impactou todo o setor farmacêutico no Brasil. 

Assim, a empresa apoiou, com o fornecimento de hidroxicloroquina, dois dos principais estudos clínicos no país para verificar a eficácia e segurança do uso do medicamento contra a Covid, realizados pela Coalizão Covid-19 Brasil, envolvendo os principais hospitais e centros médicos do país, que apontaram a ineficácia do produto. Os resultados dos estudos da Coalizão I foram publicados no New England Journal of Medicine em 23/07/2020. Os resultados do Coalizão II foram divulgados pela The Lancet em 04/09/2020. Ambos foram também amplamente divulgados na imprensa brasileira.

Também, no site da empresa (ems.com.br), foi publicado um comunicado oficial alertando sobre a ineficácia da hidroxicloroquina no combate à Covid-19 e confirmando o uso do produto para as indicações em bula, conforme orientação médica.

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