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    O que são adenovírus replicantes e quais seus riscos quando usados em vacinas?

    Quando o adenovírus não sofre específica mudança genética, ele é replicante. Isso significa que ele é capaz de se multiplicar de tal forma no organismo que pode deixar quem tomou a vacina doente e ainda transmitir o resfriado

    (Foto: Reprodução)

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    247 - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou a importação e uso da vacina russa Sputnik V no Brasil alegando que o imunizante utiliza adenovírus replicantes. O fabricante do imunizante russo, no entanto, negou a utilização de qualquer adenovírus replicante em sua formulação.

    Em nota, a Sputnik V classificou a decisão da Anvisa como "política" e explicou que "o Gamaleya Center, que realiza um controle de qualidade rigoroso de todos os locais de produção do Sputnik V, confirmou que nenhum adenovírus competente para replicação (RCA) foi encontrado em qualquer um dos lotes da vacina Sputnik V que foram produzidos”.

    “Os controles de qualidade existentes garantem que nenhum RCA possa existir na vacina Sputnik V. Previamente à fiscalização a equipe da Anvisa recebeu ofício do Centro Gamaleya datado de 26 de março de 2021 que diz claramente: ‘Além disso, gostaríamos de informar que durante a liberação da vacina no local do Centro e no local do contrato do JBC Generium, nem um único lote contendo RCA foi registrado’”, diz a nota. 

    Mas, afinal, o que são os adenovírus replicantes e quais seus riscos quando usados em vacinas?

    Adenovírus

    O adenovírus é o vírus causador do resfriado em humanos e é usado como vetor viral em pelo menos quatro vacinas contra o coronavírus utilizadas no mundo, Oxford/Astrazeneca, Janssen, Sputnik e CanSino. Nos imunizantes, os adenovírus são inativados e perdem sua capacidade de se multiplicar no organismo humano.

    Segundo o imunologista João Viola, presidente do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), "quando o adenovírus não sofre essa mudança, ele é replicante, ou seja, capaz de se multiplicar de tal forma no organismo que pode deixar quem tomou a vacina doente e ainda transmitir o resfriado”. 

    “Mas não é capaz de infectar contra o coronavírus", afirmou o imunologista à CNN.

    Vacina de vetor viral

    As vacinas de vetor viral são as que usam a metodologia da fase 2. Os imunizantes usam apenas a proteína chamada Spike, ou proteína S do coronavírus (antígeno), que será transportada para o organismo humano por vetores (vírus que servirão de transporte).

    Os adenovírus são vírus encontrados em animais e humanos. Nos humanos, costumam atingir mais a parte respiratória e são os mais comuns causadores do resfriado.

    As vacinas anteriormente citadas, com exceção da Oxford/AstraZeneca, usam adenovírus humanos para transportar material genético de um vírus diferente para uma célula humana com o intuito de criar imunidade contra o coronavírus.

    Como os adenovírus e os antígenos estão inativados, são consideradas vacinas de adenovírus não replicantes - incapazes de se replicar no organismo humano.

    Adenovírus replicantes

    Para evitar que o vírus do resfriado se multiplique no organismo humano, o adenovírus é modificado geneticamente, com parte de sua estrutura responsável pela sua multiplicação retirada, tornando-se não replicante.

    Assim, ele passa a ter uma capacidade irrisória de se multiplicar no organismo, o que é essencial para evitar que a vacina deixe quem a tomou doente e ainda transmita o resfriado.

    Ou seja, o adenovírus replicante mantém sua capacidade de se multiplicar no organismo dos seres humanos, pois não é inativado.

    Sputnik V

    No caso da vacina russa, o imunizante é desenvolvido com dois adenovírus - D-26 e D-5 - aplicados um em cada dose. 

    Na primeira dose, o D-26 leva a proteína S para dentro das células humanas, causando resposta do sistema imunológico, que começa a criar defesa contra a proteína e, consequentemente, anticorpos contra o coronavírus.

    Já na segunda dose, o D-5 fará o mesmo papel, mas, ao mesmo tempo, ajudará a produzir mais anticorpos contra o coronavírus, sendo responsável pela alta eficácia contra o vírus.

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