TV 247 logo
    HOME > CPI Covid

    Especialistas dizem que senadores não podem mandar prender investigado por mentira

    Sistema legal brasileiro não obriga ninguém a produzir prova contra si mesmo

    Omar Aziz / prisão de Roberto Dias na CPI (Foto: Agência Senado / Reprodução)

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    247 - Especialistas criticaram a decisão do senador Omar Aziz (PSD-AM) de mandar prender o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias em sessão da CPI da Covid nesta quarta-feira (7).

    A presidente do Ibccrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais), Marina Coelho Araújo, afirma à Folha de S.Paulo que Dias não poderia ser preso em razão de um princípio geral de direito penal de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si próprio.

    De acordo com a criminalista, o crime de perjúrio (falso juramento) faz parte do arcabouço legal dos Estados Unidos, mas não está previsto no sistema legal brasileiro.

    O procurador do Ministério Público do Paraná Rodrigo Chemim, que é professor de direito, diz que, de acordo com a jurisprudência no país, o investigado pode ficar em silêncio ou mesmo mentir em depoimento. A exceção, afirma ele, são casos em que eventual mentira implique falsamente um crime a uma terceira pessoa.

    A Constituição estabelece como direito do preso permanecer calado, e a jurisprudência consolidou o entendimento de que investigados podem mentir para não se incriminarem.

    O procurador afirma que uma CPI é um tipo de investigação criminal, da mesma maneira que um inquérito policial, e que todos se encaixam "na mesma ideia e devem obedecer a mesma ideia".

    A reportagem da Folha traz outros depoimentos de especialistas na mesma direção.

    Inscreva-se no canal de cortes da TV 247 e saiba mais:

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: