Luís Cosme Pinto lança livro 'Birinaites, Catiripapos e Borogodó' em Santos, no fim de março
Em 23 de março, um sábado, a tarde de autógrafos será na livraria Realejo, av. Marechal Deodoro, número 2, no bairro do Gonzaga, a partir das 16 horas
247 - A cidade e seus personagens, vivos ou estáticos, sempre inspiram histórias. Para captá-las, é preciso ter um olhar atento e um tanto de sensibilidade. Luís Cosme Pinto, sempre com leveza e quase sempre com bom humor, recorre a vivências de décadas de sua experiência de jornalista para apresentar, em 28 crônicas, lugares e pessoas conhecidas suas em Birinaites, Catiripapos e Borogodó, seu segundo livro.
Lançado em São Paulo, na Livraria da Vila, e depois no Rio de Janeiro, o livro tem apresentação de Álvaro Costa e Silva, Caco Barcellos – que o define como “andarilho da escrita” – e Rita Lisauskas. Sai pela Kotter Editorial.
Em outubro do ano passado, a noite de autógrafos foi em Lisboa. Depois, Recife e Monteiro Lobato, no interior paulista. Sempre com boa presença do público e divulgação na imprensa.
Agora é a vez de Santos. Em 23 de março, um sábado, a tarde de autógrafos será na livraria Realejo, av. Marechal Deodoro, número 2, no bairro do Gonzaga, a partir das 16 horas.
Semanalmente, Luís Cosme publica crônicas inéditas na Revista Fórum (revistaforum.com.br/opinião) e no Brasil 247.
“O trabalho de repórter ajuda muito a criar minhas crônicas. A mim não interessava saber só o que aconteceu. Há muitos fatores num acontecimento. Deixo-me levar pela curiosidade. Tento sempre entrevistar pessoas por onde ando. Muitas vezes, vou usar seus depoimentos. Procuro suavizar, tornar importante o que é invisível, humanizar os fatos, que passam a ser minhas histórias”, resume o autor.
A lista de seus inspiradores registra uma temática comum: o mundo urbano. Estão lá a vida de uma cobradora de ônibus, o sufoco dos ambulantes da CPTM e dos trabalhadores de aplicativo, um morador de rua, varredores de calçada, petiscos de padaria, casarões históricos, passageiros de transporte público, noitada de aniversário e conversas de botequim, entre outros assuntos.
Do mundo profissional, há crônicas em homenagem a companheiros já falecidos, como PHA – Paulo Henrique Amorim. Em outra, reforça a recuperação moral de um amigo jornalista injustiçado.
Fernando Sabino, Elsie Lessa, Rubem Braga, Antônio Maria, Fabrício Corsaletti são cronistas de sua preferência. Admira também João Saldanha e Nélson Rodrigues.
PERFIL - Luis Cosme de Miranda Pinto, carioca do bairro de Vila Isabel, nasceu em 1961. Para agradar ao pai e ainda sem ideia da profissão que queria seguir foi estudar Engenharia Civil.
Largou Engenharia e foi pro Jornalismo. Formou-se no Rio de Janeiro, trabalhou em algumas rádios com transmissão de corridas de cavalo, mas foi em São Paulo que conheceu o jornalismo profissional. Passou pela TV Globo de Bauru, depois, na capital, pelas tevês Manchete, SBT e Cultura. Foi repórter e apresentador de telejornais.
Em 1998, estava na Rede Globo, como editor do Jornal Nacional.
De 2006 a 2016, trabalhou na TV Record, de onde saiu, voltou para a Globo, foi para o SBT e encerrou a carreira numa última passagem pela Globo – lá, como roteirista do programa Mais Você, da Ana Maria Braga.
Saiu com quase 60 anos porque desejava viver da Literatura. Estava no último período de uma pós-graduação em Literatura de Não-Ficção, no Instituto Vera Cruz, em São Paulo. O conteúdo do seu TCC compõe o livro Birinaites Catiripapos e Borogodó.
Entre outros trabalhos jornalísticos, destacam-se Prêmio Embratel, na TV Globo; três vezes o Prêmio Vladimir Herzog (como editor, 2006, 2007 e 2008), na TV Record), diversos documentários, igualmente premiados, e cobertura da Copa do Mundo de 1990.
Seu primeiro livro é Ponte Aérea, lançado em 2010. Planeja para 2024 o terceiro. Eis um “aperitivo” das 28 crônicas:
- 1 - O Chopp acabou. As emoções de um lançamento de livro que quase fracassou. Humor e boemia
- 2 - As Geladeiras de Gilberto. A cada casamento uma geladeira.
- 3 - Badaladas. A enfermeira que sonha ser dona de um botequim.
- 4 - Madrinhas. Duas jovens amigas brincam de cupido.
- 5 - Lanterninha. Jovem garçonete vira lanterninha de cinema.
- 6 - Nando, Jessé, Ely e cia. Histórias de fãs que viram grandes estrelas.
- 7 - Passarela. Passeio pela Vila Buarque.
- 8- Piauí, logo ali. Uma rua paulistana onde uma velha cadeia vai virar arranha céu.
- 9 - Faxina. Cotidiano de quem ganha a vida com a vassoura na mão
- 10 - Herança. Um relógio da zona norte carioca, hoje aposentado num apartamento ao lado do Minhocão.
- 11 - Cama de Pedra. Uma cama gelada no frio e quase incandescente no verão.
- 12 - Desassossego de um Poste. Repórter iniciante quer levar poste para a primeira página.
- 13 - Olha o Rapa. Olhar sobre os ambulantes de trens e suas vendas.
- 14 - Um passinho à frente por favor. Foco na consequência da demissão dos cobradores.
- 15 - O Laranjão da Madrugada. O jeito carioca de puxar assunto nos ônibus da cidade.
- 16 - Boa noite e boa sorte. O obituário do jornalista Paulo Henrique Amorim.
- 17 - Bem Amado. O dono da risada mais escandalosa era um homem amargurado.
- 18 - O sorriso do Diniz. Festeiro, Diniz um dia sentiu falta de ar. Era Covid.
- 19 - João Paulada. Homem de pouco estudo e muita inteligência. Foi um dos profissionais mais queridos e respeitados da televisão brasileira.
- 20 - Cavalo e Foca. Estagiário às voltas com o mundo do turfe e o cavalo voador.
- 21 – Caçadores. Casal urbano, cheio de certezas e teorias, vai morar no meio do mato.
- 22 - Dona Liberdade. Netos no banheiro da vovó.
- 23 - Portão vermelho. Aventura de duas irmãs bem idosas que viajam por São Paulo.
- 24 - Um abraço no Chefão. Homenagem ao pai, explorando passos da relação dos dois.
- 25 - Birinaites, Catiripapos e Borogodó. O jeito único do pai se comunicar. Usava palavras antigas e difíceis pra não facilitar.
- 26 - Assim Nascia uma Cordilheira. Brincadeiras, jogos e adivinhações da mãe para acalmar filhos travessos e segurar o casamento.
- 27 - Que dia é hoje? O Alzheimer levou a memória da mulher mais importante da minha vida e dos meus irmãos.
- 28 - Guerreiro Russo. O estrogonofe sumiu dos restaurantes e dos almoços caseiros, que tristeza.
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