"Mordi minha língua", diz Dinho Ouro Preto sobre apoio a Moro
O cantor também se coloca hoje frontalmente contra Bolsonaro: "qual é o legado positivo desse homem?"
247 - O cantor Dinho Ouro Preto, da banda Capital Inicial, afirmou à Folha de S. Paulo estar arrependido pelo apoio dado à Lava Jato e ao ex-juiz parcial Sergio Moro (União Brasil). Em show em Curitiba em 2016, Dinho dedicou a música "Que País É Este" a Moro, que assistia ao espetáculo pelo camarote.
O artista hoje reconhece a falta de imparcialidade do então juiz, que perseguiu opositores se utilizando do sistema de Justiça. "Mordi minha língua. Eu via a Lava Jato como uma operação independente, que alcançaria todos os políticos, mas virou perseguição ao PT. Mais tarde, o cara ainda virou ministro da Justiça justamente da pessoa beneficiada pela Lava Jato. Não houve isenção, e eu me oponho à falta de isenção".
Dinho também afirmou que atualmente se coloca frontalmente contra o governo Jair Bolsonaro (PL). "As músicas do Capital Inicial não são partidárias, mas eu tomo mais partido do 'fora, Bolsonaro'. Olho para a Esplanada dos Ministérios e discordo de tudo que tem sido feito. Inflação, recessão, desemprego, fome. Qual é legado positivo desse homem? É importante que haja alternância de poder, mesmo que em algum momento a direita vá comandar o Brasil. Meu problema são os caras que querem dinamitar as instituições e acabar com a democracia".
Candidata a deputada federal por São Paulo, Marina Silva (Rede) tem total apoio do cantor. "Liguei para a Marina na semana passada. Ela é um símbolo de ponderação, cautela e diálogo. Eu inclusive me oponho ao jeito que ela foi massacrada pelo PT e pintada como bicho-papão pela campanha da Dilma".
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