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"Temia ver o Brasil enterrar-se", diz Caetano Veloso sobre possibilidade de reeleição de Bolsonaro

"Quando pensava num segundo mandato do atual presidente, não pensava em teto, mas em buraco", afirmou o artista, que apoiou a candidatura de Lula

Caetano Veloso (Foto: Fernando Young/divulgação)

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247 - O cantor e compositor Caetano Veloso, em entrevista à Folha de S. Paulo publicada neste domingo (20), afirmou que teve medo da possibilidade de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e de suas consequências. 

"Quando pensava num segundo mandato do atual presidente, não pensava em teto, mas em buraco. Temia ver o Brasil enterrar-se e quase proibir meu sonho. Sempre achei que tenho o dever de sonhar alto a respeito do Brasil para me obrigar a sentir o peso da responsabilidade. Mas esse tipo de sonho está explicado por Fernando Pessoa quando ele saúda d. Sebastião, 'quer venha, quer não'", declarou.

Ciro Gomes

Caetano é ex-eleitor de Ciro Gomes (PDT), mas não aprovou a postura do pedetista nesta última eleição. Ciro fez sua campanha baseada em ataques ao agora presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto poupava Bolsonaro em alguns momentos. 

Durante o período eleitoral, Ciro atacou inclusive o próprio Caetano, ao dizer que ele votaria em Lula porque 'está com a vida ganha'. “É o cara que vai tirar o Bolsonaro e sua falta de educação, sua grosseria, seu banditismo. A razão não é o Lula, nem a proposta do Lula nem o dia seguinte. É o voto Caetano Veloso, boas pessoas, mas que todos estão com a vida ganha. Quem está preocupado com o dia seguinte é quem não tem plano de saúde, é quem não tem como pagar mensalidade escolar, é quem está submetido ao terrorismo das facções criminosas nas periferias".

Questionado, Caetano afirmou que sua simpatia por Ciro segue "intacta".  "Quando Ciro falou de mim, achei que ele estava querendo manter seu lugar na discussão, não que ele estivesse ressentido comigo. Eu não me chateei nada com ele".

Gal Costa

O artista também falou sobre a recente partida da cantora Gal Costa, com quem trabalhou e mantinha boa relação. "Gal encarnou o tropicalismo. Gil e eu somos os filhos da bossa nova que criaram um movimento que contrasta com o gênero cool. Gal era a bossa nova em pessoa, o João de saias. Tornou-se a voz e o corpo do tropicalismo ao cantar "Divino Maravilhoso", uma das poucas parcerias minhas com Gil. Depois, principalmente com o show Fa-Tal, em que foi dirigida por Waly [Salomão], desenvolveu visualidades, movimentos, modos de uso do palco que viraram a cabeça de uma geração. Dali em diante, muita riqueza de diversidades gritantes e nuances sutis. Sem ela não seríamos o que somos".

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