Tereza Costa Rêgo é homenageada com projeções ao ar livre
Pintora do vermelho, da liberdade da mulher e das lutas do povo, a pernambucana Tereza Costa Rêgo foi homenageada em diversas cidades
247 - Pintora do vermelho, da liberdade da mulher e das lutas do povo, a pernambucana Tereza Costa Rêgo – uma das principais artistas plásticas do Nordeste –, foi homenageada em diversas cidades, nesta segunda (26), quando sua morte completou um ano. Intitulada Tereza Vive, uma ação de ocupação visual de prédios e fachadas projetou suas obras e alguns textos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Olinda.
A iniciativa foi organizada numa parceria da família de Tereza com o Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa e o grupo Projetemos, que usa projeções para disseminar arte, informação política e tecnologia.
Nas imagens que tomaram as ruas do país, quadros de Tereza ganharam escalas gigantescas, ampliando o conceito muralista de seus trabalhos, agora em suporte digital. “É uma grande felicidade, como gestora, receber e dar apoio a essa ação em homenagem à Tereza Costa Rêgo", disse Maria Eduarda Belém, coordenadora do Centro Cultural Mercado Gráfico Barbosa, em cuja fachada o tributo à artista foi projetado em Olinda.
"Ainda mais em um equipamento cultural de Olinda, cidade onde Tereza morou por muitos anos. Ela teve lá seu ateliê, produziu grande parte de suas obras e criou várias partes da sua história. Tereza é essa mulher encantadora, apaixonante, com uma obra de uma força e de uma consistência que não é só importante na trajetória das arte visuais de Pernambuco, como também do Brasil", completou.
Entre as obras de Tereza Costa Rêgo - amante da cultura, defensora da democracia e da arte para o povo -, destacam-se as que compõem a séries Sete Luas de Sangue e O Imaginário do Bordel, além dos painéis Apocalipse de Tereza e Mulheres de Tejucupapo.
As imagens das projeções podem ser acompanhadas nos perfis @terezacostaregooficial, @projetemos e @mercadoeufrasiobarbosa, do Instagram.
Terezinha, Joanna e Tereza
Tereza Costa Rêgo nasceu em 1929, numa família tradicional pernambucana, batizada como Terezinha. Começou a pintar ainda criança e ingressou na Escola de Belas Artes com apenas 15 anos. Casou-se e teve duas filhas.
Seu segundo casamento foi com Diógenes Arruda, dirigente do Partido Comunista, em plena ditadura militar – o que a levou a sair do país, exilando-se no Chile e em Paris. Por causa do romance, enfrentou o conservadorismo da época. Tereza cursou História na USP, fez mestrado na mesma área na Sorbonne. Durante o tempo de clandestinidade, assinava seus quadros como Joanna.
Pouco após o retorno ao Brasil com a anistia, em 1979, Diógenes sofreu uma parada cardíaca, durante evento que marcava a volta de outros exilados ao país, e morreu.
Ao reorganizar a vida, a artista instalou-se em uma casa em Olinda, passou a assinar suas obras como Tereza e firmou-se como nome de destaque na pintura pernambucana e brasileira. A passagem pela Oficina Guaianases de Gravura e pelas Brigadas Portinari, assim como seus estudos sobre a história do povo brasileiro, marcaram definitivamente sua pintura de cores quentes, que foi ganhando camadas e grandes proporções.
Tereza foi diretora do Museu Regional e, por 12 anos, do Museu do Estado de Pernambuco. Expôs seu trabalho em diversas cidades, dentro e fora do país, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro, Lisboa, Paris e Havana. Faleceu no ano passado, aos 91 anos, vítima de um AVC.
Para conhecer melhor o trabalho da artista: @terezacostaregooficial e www.terezacostarego.com.br
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