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    13º salário dos metalúrgicos do ABC injetará R$ 474,9 milhões na economia da região

    “Dinheiro na mão de trabalhador gera mais dinheiro, porque motiva mais consumo, mais emprego e a roda da economia gira”, diz o presidente do Sindicato

    Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, (Foto: Andris Bovo/SMABC)

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    247 - Os pagamentos do 13º salário dos trabalhadores na categoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vão injetar R$ 474,9 milhões em recursos na economia do Grande ABC em 2024. Os números foram estimados pela Subseção do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no Sindicato e reúnem dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo CAGED), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego. Também foram consideradas informações do Ministério da Previdência Social.

    Composta por 72,5 mil trabalhadores, com vínculo nas indústrias de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e com rendimento médio mensal de R$ 6.547,22, a categoria metalúrgica do ABC representa 5,5% do total de trabalhadores que deverão receber algum abono de final de ano na região. Os recursos recebidos pelos trabalhadores do setor representam 11,8% do montante previsto para 2024.

    O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, destacou que esta é uma boa notícia, na qual todos ganham: tanto a classe trabalhadora quanto as lojas, o comércio, o setor de serviços e os empreendedores da região. “É um crescimento significativo. Isso é bom para o trabalhador e para todos. Ele [trabalhador] acerta alguma ‘coisinha que está pendurada’, vai para o mercado consumir e comprar algumas coisinhas para a festa de Natal junto com a família. Então, esse dinheiro é positivo porque faz com que a economia cresça na região, e é isso que defendemos há tantos anos”.

    “Dinheiro na mão de trabalhador gera mais dinheiro, porque motiva mais consumo, mais emprego e a roda da economia gira. Todo mundo ganha! Estou feliz com esse aumento, mas queremos mais porque podemos mais. O ABC é grande e tem que pensar grande”, prosseguiu.

    Comparados ao total de trabalhadores formais da região, os Metalúrgicos do ABC detêm 9,2% dos empregos, mas respondem por 17,3% do montante pago aos trabalhadores com carteira assinada. Já em comparação com os demais trabalhadores da indústria de transformação, a categoria é responsável por 46,9% do total de 13º salário pago neste setor.

    Impacto total – A subseção do DIEESE também estimou o valor total em recursos do 13º salário que serão destinados à região pelos diversos setores da economia. Em 2024, os recursos do 13º salário no Grande ABC devem representar R$ 4 bilhões na economia regional, divididos em R$ 2,8 bilhões provenientes dos trabalhadores com carteira assinada e R$ 1,3 bilhão dos aposentados e pensionistas da Previdência Social.

    O Grande ABC contribui com cerca de 1,26% de todo 13º salário pago no país, estimado em R$ 321,4 bilhões para 2024, de acordo com estudo do Escritório Nacional do DIEESE. Cerca de 1,3 milhão de pessoas na região serão beneficiadas com o pagamento do 13º salário, composto por 787,3 mil trabalhadores com carteira assinada e 532,7 mil beneficiários da Previdência Social. As somas levam em conta o montante total previsto para 2024, pagos entre novembro e dezembro, na maioria dos casos.

    Origem do 13o. e a oposição do jornal O Globo

    O 13º salário, um dos direitos trabalhistas mais emblemáticos do Brasil, foi instituído em 1962, durante o governo do então presidente João Goulart. A medida, sancionada pela Lei 4.090/1962, estabeleceu o pagamento de uma remuneração extra aos trabalhadores no final do ano, buscando garantir maior poder de compra e movimentar a economia, especialmente em períodos próximos às festas de fim de ano.

    No entanto, a criação do 13º não ocorreu sem resistência. Diversos setores, incluindo parte da elite empresarial e da grande imprensa, manifestaram oposição à medida. O jornal O Globo, em particular, destacou-se como uma das vozes contrárias à implementação do benefício, alegando que ele poderia trazer impactos econômicos negativos, como o aumento dos custos para os empregadores e possíveis reflexos inflacionários.


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