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    Ações da Marisa derretem 6,2% após renúncia de presidente e reestruturação

    Além de saída do presidente, varejista também divulgou contratação de banco e consultoria para renegociar dívidas

    Loja Marisa (Foto: Divulgação)

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    Vitor Azevedo, Infomoney - As ações ordinárias da Marisa (AMAR3) caem forte nesta quarta-feira (8), após a companhia ter anunciado a renúncia do seu diretor-executivo (CEO), Adalberto Pereira dos Santos, no cargo há apenas oito meses. Os papéis fecharam com forte recuo de 6,19%, a R$ 1,06 (cabe destacar também o baixo valor de face dos ativos; assim qualquer queda ou alta de centavos leva a uma forte variação percentual).

     Além da renúncia do CEO, a varejista divulgou também que contratou o banco BR Partners e a consultoria Galeazzi para ajudar na negociação de suas dívidas.

     A Marisa vem queimando caixa trimestralmente, amargando prejuízos e tinha, no final de setembro de 2022, um endividamento bruto de R$ 788 milhões (considerando seu braço financeiro). O número corresponde a 44,7% do patrimônio da companhia, sendo R$ 200 milhões do total irão vencer no curto prazo.

     Já segundo informações do Valor Econômico, citando fontes,  há espaço, junto aos credores, para um alongamento dos valores atuais totais da dívida líquida, na faixa de R$ 600 milhões.

     “O mercado às vezes coloca muita expectativa na chegada de um executivo. É difícil não comparar, por exemplo, o que acontece com a Marisa com o que aconteceu com a Americanas (AMER3), no que tange os diretores. Nos dois casos, chegaram novos CEO com currículos invejáveis, mas também havia a evidência forte de problemas”, contextualiza Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos. “Alguns enxergam os nomes como bala de prata, mudando a organização da casa, mas muitas vezes o problema está muito mais ligado ao macro”.

     O cenário de Selic mais alta impacta a Marisa em alguns pontos do seu balanço: pagar os juros das dívidas fica mais caro, a companhia enfrenta com dificuldades em oferecer crédito para seus clientes (ponto importante do negócio) e, por fim, o consumo em todo o país acaba abalado.

     É por todo esse combo que a varejista de moda acabou contratando o banco de investimentos e a consultoria – para buscar, junto a credores, mais espaço para saldar suas dívidas em meio ao momento difícil.

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